Exercícios militar dos EUA na Guiana, fortalece a parceria entre os dois paises
Exercícios militares dos EUA, fortalece a parceria de segurança entre os EUA e a Guiana, segundo comunicado da embaixada norte-americana na Guiana. “Os Estados Unidos reforçam seu compromisso como parceiro de segurança da Guiana e promotor de cooperação e interoperabilidade regional”, diz o texto.
Anúncio acontece após aumento de tensão com a Venezuela, que pretende anexar a província de Essequibo. O terrritório corresponde a cerca de 70% da Guiana. A região é rica em petróleo.
Disputa do território é histórica e acontece ao menos desde 1899. A Venezuela argumenta que zona marítima em frente a Essequibo pertence ao país. Já a Guiana disse ter entrado em contato com órgãos internacionais para preservar suas fronteiras.
Dissuasão
“O anúncio de uma operação militar conjunta é um ato de dissuasão”, diz Vitelio Brustolin, professor de relações internacionais da Universidade Federal Fluminense.
Na doutrina militar, dissuasão é uma forma de desencorajar qualquer agressão do outro lado. Significa que, ao se posicionar na Guiana, os Estados Unidos mandam um recado à Venezuela de que o pequeno país não estará sozinho em caso de conflito.
Brusolin disse acreditar que dificilmente o presidente venezuelano Nicolás Maduro embarque em uma guerra contra a Guiana. A força dos dois países é desigual: a Guiana tem 3.400 soldados; a Venezuela, mais de 340 mil.
O baixo contingente de soldados da Guiana é um dos motivos pelos quais os EUA escolheram fazer um exercício militar aéreo, segundo ele. É mais rápido, e não daria para fazer exercícios com o pequeno contingente guianês, que ainda é mal equipado.
O professor de geopolítica da Escola Superior de Guerra Ronaldo Carmona também fala que o exercício militar é um ato de dissuasão – mas vê, mais adiante, o gesto como estratégico para os EUA se instalarem na América do Sul.
“No curto prazo, posicionar-se para dissuadir ação militar da Venezuela em Essequibo. Do ponto de vista estratégico, posicionar-se de forma permanente em plena Amazônia. Não tenha dúvida de que os EUA cobrarão a proteção que agora oferecem à Guiana”, diz.