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Finlândia na Otan é mais uma peça movida no tabuleiro da disputa entre Ocidente e Oriente

Otan e EUA manifestam claro desejo de expansionismo das fronteiras ocidentais, ao custo de uma possível guerra nuclear

Basta olhar para o mapa-múndi, aquele da terra redonda: assim como Taiwan está coladinha à China, para não dizer dentro dela, a Finlândia pode ser tudo, menos um país que deva pertencer à Organização do Tratado do Atlântico Norte. A neutralidade que marcou o país escandinavo fazia todo o sentido, por suas expressivas fronteiras com a Rússia e territórios indiscutivelmente europeus. Bons tempos.

A Otan foi criada no final da Segunda Guerra Mundial para permitir ao planeta décadas de um armistício que, com seus percalços, permitiu aos terráqueos afastar a ameaça de uma hecatombe nuclear. Estava dando certo, principalmente depois da Queda do Muro de Berlim, que afastou a ameaça soviética, ao custo de trocar ditadores comunistas por déspotas autocráticos como Vladimir Putin, um criminoso. Mas isso é outra conversa.

Qualquer visão sobre os conflitos que sustentam a Guerra da Ucrânia nos obriga a aceitar um dos argumentos, excludentes: ou você acha que o mundo deve ser unificado, “globalizado” por um dos vetores ideológicos disponíveis, ou você defende que devemos conviver com formas distintas e variáveis de governos, culturas e estruturas políticas, um globalismo multilateral. Em resumo, quem deve ser o senhor da humanidade, o Ocidente (americanófilo e eurocêntrico) ou o Oriente (aí, obviamente, incluídas a Rússia e o Império chinês)?

Eu me atreveria a optar pelo equilíbrio entre esses dois blocos, sem que nenhum prevaleça sobre o outro, como tem sido até bem pouco tempo atrás. Que cada um dos lados lide com seus países ditatoriais, com suas nações ricas e miseráveis, com seus conflitos internos, com seus poderios bélicos, quietinhos, cada um no seu canto.

Podem discordar de mim com fervor, mas me parece que quem está forçando a barra é a Otan e os EUA. Existe um claro desejo de expansionismo das fronteiras dita ocidentais. Voltem ao mapa-múndi e admitam com honestidade: a Ucrânia, geograficamente, faz parte do Leste Europeu. Nunca foi um país democrático, muito menos “ocidental”. Por que cargas d´água estão se matando?

Desde cedo precisamos acreditar em pelo menos uma das teorias da conspiração que nunca foi desmentida: os países, as nações poderosas, se movem por petróleo e, agora, energias renováveis. Não há defesa da democracia ou dos direitos humanos por trás dessas ofensivas, rebeliões sangrentas e guerras fratricidas.

Eu quero é paz. Essas brigas terríveis não deveriam nos dizer respeito. Mas, infelizmente, o poder de destruição dos envolvidos não nos deixam ficar apenas observando os movimentos dos senhores do universo no tabuleiro de War. Mas precisamos deixar de defender quem não está nem um pouco preocupado com o bem da humanidade. Estamos à beira de uma catástrofe jamais vista.

Fonte: R7

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