Foragido nos EUA, Ramagem desafia Moraes

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por tentativa de golpe de Estado, que está foragido da Justça brasileira nos Estados Unidos. Usou as redes sociais, neste domingo (30/11), para desafiar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a enviar seu pedido de extradição à Justiça norte-americana.
Ramagem disse ter sido “abraçado” pelo governo Trump. Em entrevista a um canal do YouTube, ele afirmou estar “seguro” no país, com a anuência e o conhecimento do governo norte-americano.
Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão pela trama golpista e fugiu para os EUA, publicou um vídeo nas redes sociais:
“Se o Alexandre de Moraes quiser trazer algum pedido para minha extradição, ele vai ter que remeter para a análise de um juiz federal americano toda a ação do golpe que me envolve e o presidente Bolsonaro. Então, eu peço, traga para a análise dos americanos essa ação do golpe e nós vamos ver uma resposta enfática dos norte-americanos do que é uma juristocracia, uma ditadura, uma arbitrariedade que assola o Brasil agora”, provocou.
Ramagem saiu do país clandestinamente em setembro. A PF apura se ele teria deixado o país por Boa Vista, capital de Roraima, e seguido para os Estados Unidos provavelmente pela Venezuela ou Guiana.
Moraes decretou a prisão do parlamentar após um pedido da Polícia Federal. Ele não podia ter deixado o país sem autorização da Justiça. A Câmara dos Deputados também informou que não autorizou missão de Ramagem no exterior. Segundo a Casa, ele apresentou atestados médicos de 9 de setembro a 8 de outubro e depois de 13 de outubro a 12 de dezembro.
STF pode pedir a extradição de Ramagem. Se decidir fazer isso, a corte precisaria primeiro fazer a solicitação ao governo brasileiro, que seria o responsável por apresentar um pedido formal aos Estados Unidos. A palavra final é do governo de Donald Trump.
EUA negaram extraditar o blogueiro Allan dos Santos, também foragido. Ele foi alvo de pedido de prisão preventiva em outubro de 2021, quando era investigado no inquérito das fake news. O governo americano comunicou a decisão ao Brasil em março, sem uma negativa clara ao pedido, que era baseado principalmente nos crimes de calúnia, injúria e difamação. Esses delitos não constam como passíveis de extradição, conforme um tratado entre os dois países.




