Fortes chuvas fortes deixam em alerta estados do Amazonas, Pará e Maranhão
Chuvas intensas deixaram os estados do Amazonas, Pará e Maranhão em alerta neste sábado (25/3). Os estados ao Norte do país vêm sofrendo com temporais nos últimos dias e, na sexta-feira (24), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta de perigo chuvas intensas.
Na capital do Amazonas, Manaus, a quantidade de chuva na manhã desse sábado já era a maior que a registrada no último dia 12, quando houve desbarrancamento com mortes em área de risco. No acumulado deste mês, já choveu mais do que o esperado para março.
Até as 12h, a Defesa Civil do município havia registrado uma média de 78,6 milímetros nas últimas 24 horas. Vídeo que circula nas redes sociais mostram uma casa sendo arrastada pela enchente.
Em Marabá (PA), o nível do rio Tocantins atingiu o nível de 11,95 metros e pode chegar aos 12,40 metros até segunda-feira (27/3), segundo boletim informativo de vazões da Eletronorte. Neste mês, choveu 600 milímetros no município, 65% do esperado para o período, até agora foram 2.657 família atingidas por enchentes.
No Maranhão, o estrago causado pelas chuvas motivou ajuda de R$ 3 milhões do governo federal, foram pelo menos 30 municípios atingidos por temporais. Até sexta, o governo estadual precisou distribuir 4.400 cestas básicas, 900 botijões de água e 600 colchões.
Chuvas no Acre
O Acre também foi atingido pelas chuvas neste fim de semana, com mais de 5 mil famílias desalojadas. As inundações na capital fizeram o governo decretar, nesta sexta-feira (24/3), situação de emergência. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, cerca de 23 mil pessoas foram atendidas.
Oceano Atlântico mais aquecido e Madden-Julian muito favorável às chuvas
O oceano Atlântico Sul é um fator muito importante para o período úmido no Brasil, funcionando como uma fonte de umidade para o centro-norte do país. Quando aquecido, essa condição é mais favorecida. Assim, para as próximas semanas, esse fator será favorável para o aumento das chuvas no Norte e no Nordeste.
No entanto, o comportamento do Atlântico não é suficiente para provocar este aumento tão expressivo da precipitação, sendo a oscilação de Madden-Julian a responsável disso.
As previsões dos principais modelos de climáticos apontam para a atuação da Madden-Julian nas fases 8 e 1 e com forte intensidade, o que favorece a atividade convectiva no centro-norte do país, com maior expressividade sobre a Região Nordeste.
Nas semanas seguintes, a tendência é de diminuição das chuvas em todo o Brasil, com exceção para o extremo norte, onde a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ainda deve influenciar em virtude do Atlântico mais aquecido.