Fraude no INSS: PF prende o número 2 do Ministério da Previdência Social

Foto: Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18), uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um dos alves de busca e apereensão é o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada. Após a operação, o ministro Wolney Queiroz determinou que ele seja exonerado do cargo,
A PF também prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e preso pelo mesmo esquema, desde setembro. e Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do órgão, André Fidelis
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ocorre nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.
Quem são os alvos?
Segundo a TV Globo apurou, estão entre os alvos desta fase da operação:
- Senador Weverton (PDT-MA), foi alvo de mandados de busca e apreensão;
- Secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada (número 2 da Previdência, é ex-chefe de gabinete do senador Weverton).
- Romeu Carvalho Antunes, filho do “Careca do INSS”, foi preso;
- Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi preso.
- Domingos Sávio de Castro, empresáro sócio do “Careca do INSS”, foi preso;
- Rubens Oliveira Costa, economista preso durante a CPMI do INSS apontado como braço financeiro do “Careca do INSS”, também foi preso;
- Adelino Rodrigues Junior, sócio da DM&H Assessoria Empresarial e Corretora de Seguros com Domingos Sávio de Castro, também está entre os presos.

Senador Weverton Rocha (PDT-MA) – Foto: Carlos Moura/Agência Senado
Entenda o esquema de fraudes
O caso foi revelado em 23 de abril, após a primeira fase da operação da Polícia Federal. De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
O esquema consistia em retirar valores de beneficiários do INSS mensalmente, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo informou o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, à época, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) pediu demissão após sua gestão entrar em crise por conta da investigação. Ele foi substituído pelo então secretário-executivo do órgão, Wolney Queiroz, atual titular da pasta.
Em julho, o governo anunciou a devolução do dinheiro descontado a aposentados e pensionistas que tiveram desconto associativo não autorizado. O repasse está sendo feito em parcela única e sem lista de prioridades.
O governo prorrogou o prazo para contestar descontos indevidos. Os cidadãos que foram prejudicados pelo esquema terão até 14 de fevereiro de 2026 para pedir o dinheiro de volta.


