Economia

Galípolo diz que BC segue ‘bastante incomodado’ com inflação acima da meta

Crédito: Jose Cruz/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que as expectativas de inflação permanecem acima do teto da meta, mas ressaltou que há um processo de desaceleração dos preços em meio à política restritiva que levou a taxa básica de juros ao maior patamar em quase 20 anos.

Galípolo avaliou que a inflação brasileira está relativamente controlada. Apesar do cenário, ele afirmou que o BC segue “bastante incomodado” pelo fato de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ainda não está no intervalo da meta. “Estamos falando de uma inflação que está em um processo de redução e retorno para a meta, em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, disse durante participação no Fórum Econômico Indonésia Brasil, promovido pela ApexBrasil, em Jacarta, na Indonésia.

Presidente do BC disse que houve um repique da inflação no início deste ano. Galípolo afirmou que o cenário ocorreu associado à desvalorização cambial e ao aquecimento do mercado de trabalho e do consumo. Ainda assim, ele ressaltou que o núcleo da inflação de alimentos está gradativamente caindo.

“Quando a gente olha para esse tipo de medidor, que é uma média trimestral dessazonalizada, a gente percebe um processo de desinflação bastante acentuado e rápido, já devolvendo a inflação para níveis mais em torno da meta, quando a gente compara com o que a gente tinha no começo.”

Ele enfatizou que o ciclo inflacionário ocorre mesmo com o crescimento contínuo da economia. A fala do presidente do BC é baseada nas expectativas dos economistas sobre o avanço do PIB (Produto Interno Bruto). Galípolo ainda ressaltou o Brasil deve registrar, em 2025, seu melhor índice de bem-estar econômico desde que foi iniciado o sistema de metas de inflação.

” Estamos com um nível de inflação que, apesar de fora da meta, o que demanda o Banco Central permanecer com uma taxa de juros num patamar elevado e restritivo por um período prolongado, mas conseguindo combinar um nível baixo de desemprego, crescimento positivo e uma inflação que está, olhando para níveis históricos, dentro de um patamar baixo. “Gabriel Galípolo

Avanço do PIB

Chefe do BC avaliou que ganho de produtividade é determinante para o crescimento sustentável. “O Brasil consegue observar e enxergar ganhos de produtividade, mas, ainda, o crescimento se dá predominantemente por um aumento da participação na força de trabalho e uma redução do desemprego”, afirmou ao citar especificamente a agropecuária e outros setores ligados a commodities, matérias-primas com cotação internacional.

” O caminho para que a gente possa crescer de maneira sustentável, por um prazo mais longo, é que a gente possa assistir ganhos de produtividade na nossa economia. Que o crescimento se dê, não simplesmente pelo emprego de mais fatores de produção, mas porque os fatores de produção conseguem produzir mais. “Gabriel Galípolo

Para Galípolo, o atual nível de avanço do PIB brasileiro será difícil de ser sustentado a longo prazo. A previsão leva em conta que haverá um momento de esgotamento da inclusão desses novos fatores de produção. Para reverter a situação, ele destacou que é necessário aumentar as parcerias com outros países e ampliar os níveis de pesquisa, tecnologia, desenvolvimento e investimento.

Crescimento do consumo acima da variação do PIB preocupa o Banco Central. Galípolo afirmou que o Brasil cresce com os investimentos em infraestrutura, fator relevante para importadores, exportadores e aqueles que buscam se integrar à economia nacional. Ele previu também que o investimento estrangeiro no território nacional deve atingir, em 2026, o maior patamar da série histórica.

Fonte: Agência Estado

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo