Goiás dá início ao programa de cirurgias eletivas em 40 municípios
Ministério da Saúde realizou repasse da primeira parcela de recursos para municípios que vão executar cirurgias. Estado vai complementar tabela SUS com mais R$ 20 milhões para realização de 10 mil procedimentos em 40 municípios, nesta primeira fase.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) anunciou, nesta terça-feira (30/05), o início da primeira fase do programa de cirurgias eletivas do Ministério da Saúde. Os 40 municípios goianos que vão realizar as cirurgias já receberam do governo federal a primeira parcela das verbas destinadas ao programa.
O governo federal vai repassar, nesta primeira fase, R$20 milhões para custeio de cerca de 10 mil cirurgias. A expectativa é realizar, em média, 900 procedimentos por semana, em 68 hospitais da rede privada e municipal cadastrados.
Para acelerar a fila de cirurgias, o Estado vai complementar os valores dos procedimentos, pagando o dobro da tabela SUS para que unidades particulares e de alguns municípios realizem as cirurgias. Dessa forma, o Governo de Goiás investirá outros R$ 20 milhões no programa.
O anúncio do início da realização do programa de cirurgias eletivas foi feito durante entrevista coletiva pelo secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio. De acordo com o titular da pasta, um dos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) é o subfinanciamento, pois os recursos repassados pelo Ministério da Saúde (MS) não são suficientes para os custos.
Secretário de Estado da Saúde, Sérgio Vencio anuncia início da primeira fase do programa de cirurgias eletivas, com previsão de realização de cerca de 10 mil procedimentos em Goiás (Foto: Iron Braz)
“Em Goiás, os gastos com a saúde são de R$ 2,3 bilhões, e o MS paga somente 10% desse valor. O restante é o tesouro estadual, que arca com essa despesa”, exemplificou.
Segundo Vencio, com a reorganização do sistema, houve uma unificação nominal da fila, permitindo que cada município executante planejasse com os prestadores o cronograma de execução. O secretário disse ainda que há um trabalho com os parlamentares para que coloquem emendas específicas para que algumas cidades realizem as cirurgias.
“O foco é zerar a fila em alguns municípios”, reforçou.
Cirurgias eletivas
Fazem parte desta etapa as cirurgias gerais, ginecológicas, oftalmológicas e otorrinolaringológicas. Os procedimentos ortopédicos também estão inseridos, mas cada município executante vai organizar com os prestadores o cronograma de execução, a partir de fila única.
A seleção obedece ao critério do tempo de espera, ou seja, quem aguarda há mais tempo terá prioridade. Em regra, o hospital executante vai entrar em contato com cada paciente para agendar a data da avaliação e do procedimento.
O gari Luís Ferreira de Andrade, 50 anos, de Senador Canedo, é um dos pacientes que serão beneficiados com um procedimento cirúrgico do programa. Ele aguarda por uma cirurgia de vesícula.
“Devido à pandemia, tive que esperar. Tudo ficou parado. Contudo, fiquei muito feliz quando recebi o telefone autorizando minha cirurgia. Minha vida vai voltar ao normal”, afirmou.
Parceria
Presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou previu que a expectativa é que, em um ano, a fila chegue a padrões de países europeus e do Canadá, que têm uma espera de dois a três meses para a realização de cirurgias eletivas.
“A decisão de unificar a fila foi um ato de coragem, pela exposição, mas somente dessa maneira foi possível planejar e organizar as ações. Temos que parabenizar o governo estadual por essa iniciativa inédita”, comentou.
Patrícia Fleury, do Consellho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), destaca a participação dos municípios no programa e que houve esforço para a pactuação de algumas cidades.
“Todos estão envolvidos. Os municípios, inclusive, se organizaram para realizar o transporte desses pacientes”, disse.