Polícia

Governo de Goiás, revoga concessão de medalha de mérito para policial acusado de matar dois homens em simulação de confronto

Diogo Eleuterio Ferreira, acusado de envolvimento em suposto confronto em Goiânia – Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Após a repercussão negativa, o Governo de Goiás decidiu revogar a concessão da medalha de mérito concedida ao policial militar, Diogo Eleutério Ferreira, acusado de envolvimento na simulação de um confronto em Goiânia. No suposto confronto, morreram Marienes Pereira Gonçalves e Júnior José de Aquino Leite.

“A análise dos nomes para serem condecorados foi realizada pela Casa Militar no 1º trimestre do ano corrente, ou seja, antes do registro da ocorrência policial. Contudo, o governo reconhece que a homenagem é totalmente inapropriada e por isto decidiu pela revogação”, afirmou a nota do governo estadual.

O soldado Diogo Eleutério Ferreira e outros cinco policiais militares do Comando de Operações de Divisa (COD), se tornaram réus pelo envolvimento na morte dos dois homens durante um falso confronto. Na época, a Justiça não acolheu o pedido dos promotores de prisão preventiva dos acusados nem o pedido de afastamento das atividades policiais.

Segundo o portal g1, a Polícia Militar informou que Diogo Eleutério Ferreira encontra-se afastado de suas funções operacionais. No entanto, não foram repassadas informações sobre os outros cinco. A PM também ressaltou que a “comenda” não é concedida pela corporação.

A lista de autoridades militares e civis que receberam a medalha foi divulgada na quarta-feira (31), no Diário Oficial do Estado de Goiás. Conforme descrito no documento, a honraria é oferecida “pelos relevantes serviços prestados ao Estado de Goiás e, em especial, à Secretaria de Estado da Casa Militar”.

Segundo o Ministério Público, os policiais foram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, por terem agido sem dar chance de defesa às vítimas, com motivo fútil e de forma dissimulada, marcando um encontro sem levantar suspeitas “quanto às intenções homicidas”. Foram denunciados os PMs:

  • 1º Tenente Alan Kardec Emanuel Franco
  • 2º Tenente Wandson Reis Dos Santos
  • 2º Sargento Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira
  • 3º Sargento Wellington Soares Monteiro
  • Soldado Pablo Henrique Siqueira e Silva
  • Soldado Diogo Eleuterio Ferreira

A denúncia explica a atuação de cada um dos policiais, assim como os meios usados por eles para esconder o crime e forjar a ideia de que tudo não passava de um confronto. Para os promotores, os policiais Marcos, Wandson, Wellington e Pablo Henrique participaram ativamente das mortes. Já Allan Kardec e Diogo Ferreira agiram descaracterizados para ajudar na execução.

Conforme o Ministério Público, o carro das vítimas estava estacionado próximo ao meio-fio do Centro de Treinamento do Vila Nova Futebol Clube. Marines estava dentro do carro, sentado no banco do motorista, enquanto Junio estava em pé do lado de fora, próximo à porta dianteira direita, quando os policiais se aproximaram e dispararam contra as vítimas.

Um vídeo, feito pelo celular de uma das vítimas, mostra parte do crime e revela que nenhum dos dois homens reagiu. Apesar disso, foram baleados com um fuzil. A filmagem ainda mostra a possível simulação de confronto, em que um dos policiais aparece sacando uma pistola e atirando duas vezes e outro militar tira outra arma da sacola e também dispara duas vezes.

Um investigação feita pela Corregedoria da Polícia Militar também concluiu que os PMs mentiram para justificar as ações e dificultar as investigações. No inquérito, é revelado que os policiais apresentaram diferentes versões sobre motivações, disparos e até horários da ocorrência.

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