Com dificuldade para falar, o homem que foi agredido com uma cotovelada por um policial militar que achou que ele furou a fila em uma padaria de Jacareí, no interior de São Paulo, afirmou que está chocado com o caso. Kelvyn Alexsander Barbosa Nunes, de 27 anos, teve ferimentos no olho direito e no nariz.
Ferido pela cotovelada, Kelvyn foi internado na Santa Casa de Jacareí. Ele recebeu alta na quinta-feira. Segundo ele, foram feitos exames e há possibilidade dele ter que se submeter a uma cirurgia na próxima segunda-feira.
“Passarei por uma avaliação na segunda-feira para fazer uma cirurgia. Já foram feitos todos os exames para [que na] segunda-feira consiga fazer. Não estou conseguindo falar devido à fratura que estou no osso da bochecha”, explicou.
Com a repercussão do caso, Kelvyn disse que recebeu apoio de muitas pessoas, inclusive da própria Polícia Militar, que afastou o policial Richardson Igan de Monteiro de Paula Bento e está investigando o caso internamente.
“Estou tendo todo apoio da Polícia Militar. Estão sendo excepcionais no meu caso. Recebi muito apoio de populares nas redes sociais. Não tinha a noção da repercussão sobre o ocorrido, pois em momento algum apresentei perigo para ele ter tomado essa atitude isolada”, disse.
O caso aconteceu na noite de quarta-feira em uma padaria na Rua Arthur Gaspar Viana, no bairro Jardim Santa Maria, em Jacareí. Câmeras de segurança registram o caso – assista acima.
Kelvyn Alexsander Barbosa Nunes teve ferimentos no olho e no nariz. Após a agressão na padaria, ele foi levado para a Santa Casa da cidade e ficou dois dias internado.
As imagens mostram o momento em que Kelvyn e o policial, identificado como Richardson Igan de Monteiro de Paula Bento, estão no balcão de atendimento da padaria. Em determinado momento, o agente se aproxima do homem e o golpeia com uma cotovelada no rosto. Em seguida, deixa o local.
A vítima estava acompanhada da esposa, Alana Ketlin dos Santos Barbosa, que aparece nas imagens com a filha do casal no colo. Em entrevista à Rede Vanguarda, ela contou que o policial ficou irritado pois achou que Kelvyn havia furado fila.
De acordo com a irmã de Kelvyn, Nayane Cristina Barbosa Nunes, o homem não estava na padaria para fazer um pedido e, por isso, não furou a fila em que estava o policial.
Ela explica que ele foi ao estabelecimento apenas para entregar roupas que não serviam mais para a filha a uma funcionária que espera uma neta.
“Até agora eu não acredito, ainda mais sendo meu irmão. Ele tem um coração muito bom e foi lá só para entregar as roupinhas da minha sobrinha. Ele soube que a filha de uma funcionária da padaria espera uma menininha. Então ele foi lá entregar as roupas para ela e o PM disse que ele estava furando fila. Meu irmão tentou explicar, mas foi apunhalado”, explica Nayane.
“A gente quer justiça. Quer que ele (o policial agressor) pague pelo o que ele fez no meu irmão. Ele foi agredido e está sofrendo”, completa.
Na quinta-feira, a defesa de Richardson Igan de Monteiro de Paula Bento informou que não vai se manifestar e complementou que não foi acionada judicialmente sobre o caso.
O policial que aparece no vídeo agredindo o rapaz atua no 41° Batalhão do Interior em Jacareí. A Polícia Militar informou que foi instaurado um inquérito para apurar o caso, e que o policial que aparece nas imagens já está afastado das funções operacionais da cidade.
A corporação reforçou ainda que não compactua com “atos de ilegalidade” e que “apura com o rigor da lei qualquer desvio de conduta”.
Fonte: g1
