A Igreja Universal através do bispo Álvaro Lima declarou apoio, nesta terça-feira (13), à candidatura de Ronaldo Caiado (UB) para o governo e de Alexandre Baldy (PP) para o Senado, durante evento realizado na Praça do Trabalhador, em Goiânia. Assim, João Campos (Republicanos) perdeu o apoio da instituição.
O apoio a Caiado e Baldy é visto como uma ‘supresa’ e estratégico, pois simboliza aproximação com os evangélicos. A tendência seria que a chapa formada por Gustavo Mendanha (Patriota), que é evangélico, e João Campos (Republicanos), também evangélico, mas da Assembleia de Deus, recebesse tal apoio. Isso porque, até então, a Igreja Universal caminhava com João Campos e tinha forte ligação com o Republicanos.
“O apoio da Igreja Universal é extremamente importante para mim neste momento. Ela é significativa e emblemática”, ressaltou Caiado em entrevista coletiva realizada no evento.
O posicionamento de membros do Republicanos na eleição deste ano mostra o partido dividido. As articulações de pré-campanha levaram João Campos, presidente estadual da legenda, para oposição. No entanto, Cruz declarou apoio a Caiado. Presidente metropolitano do partido, o deputado estadual Jeferson é membro da base de Caiado na Assembleia Legislativa e continua no grupo. Além disso, a primeira-dama Thelma Cruz é candidata a deputada estadual e apoia Caiado.
Campos também é evangélico, membro da Assembleia de Deus. Já Cruz e Jeferson são membros da Universal.
Ao POPULAR, Campos disse que Jeferson, como representante político da igreja, informou que a Universal estava dialogando com outros candidatos. “Eu disse que respeito, porque a igreja não é partido. A igreja sequer é um apêndice do partido. A igreja é autônoma, não é? Eu disse a ele que eu tinha todo o interesse de continuar tendo o apoio da igreja, pela minha história e postura. E se tivesse essa possibilidade de continuar, ficaria muito feliz”, afirmou.
Apesar da fala de Campos e da tentativa de lideranças nacionais de desvencilhar a imagem do Republicanos da Universal, o partido é ligado à instituição religiosa. O presidente nacional da legenda, Marcos Pereira, é pastor licenciado da denominação e próximo a Edir Macedo, fundador e líder da Universal.
Campos destacou que Jeferson e Cruz são pastores da Universal e argumentou que os dois acompanharam o bispo na reunião com Caiado como membros da igreja. “Não estavam lá em nome do partido para chancelar uma decisão, tanto é que a manifestação lá era de apoio da igreja a determinado candidato. Eu vejo isso com muita clareza e tranquilidade”, disse Campos.
O candidato disse que tem discernimento para separar o Republicanos da igreja e disse que, na questão partidária, não há dificuldade entre os membros. “A igreja não é orgão político. Como nós estamos fazendo política, eu acredito que eles vão estar seguindo a orientação partidária. Mas quem responde isso são eles e não eu, né?”. A reportagem tentou contato com Jeferson, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Para Baldy, existe possibilidade de Jeferson e Thelma declararem apoio ao seu projeto ao longo da campanha pelo fato de fazerem parte da base de Caiado e por serem apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). O candidato ressaltou que Republicanos e PP são aliados a nível nacional. “Essa aliança, caso venha ser replicada em Goiás, é natural, pois já acontece nacionalmente”, disse em entrevista no evento desta terça.
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