Israel aprova expansão de assentamentos nas Colinas de Golã, território sírio
O governo de Israel aprovou neste domingo (15) uma expansão dos assentamentos judeus nas Colinas de Golã, região reconhecida pela comunidade internacional como território sírio que foi anexada na prática por Tel Aviv em 1981.
A decisão do governo Binyamin Netanyahu foi tomada dias depois do avanço das Forças Armadas israelenses contra a Síria após a queda do ditador Bashar al-Assad. O exército de Israel, operando a paritr das Colinas de Golã, invadiu o país vizinho e ocupou novo território com o objetivo declarado de impedir ataques contra Israel por parte de forças extremistas.
Netanyahu disse na quinta-feira (12) que a ocupação desse novo território seria temporária -entretanto, ao não fornecer um prazo para retirada e reafirmar objetivos militares vagos, o primeiro-ministro sinalizou uma ocupação longa que despertou temores de expansionismo de Israel. Agora, o anúncio de novos assentamentos nas Colinas de Golã reforça essa preocupação.
O governo em Tel Aviv anunciou que a expansão dos assentamentos tem o objetivo de dobrar a população israelense na região. “Agindo em razão do novo front da guerra, agora na Síria, reafirmo que fortalecer as Colinas de Golã significa fortalecer o Estado de Israel”, disse Netanyahu em nota. “Vamos continuar a ocupar e assentar a região, fazendo com que ela floresça.”
Junto com a expansão, o governo também aprovou um financiamento de US$ 11 milhões para viabilizar os novos assentamentos. Cerca de 30 mil isralenses vivem na região, ao lado de 24 mil drusos, minoria religiosa árabe que, em Golã, se considera síria.
O líder do grupo rebelde que derrubou Assad na Síria, Abu Mohammed al-Jolani, disse no sábado (14) que Israel utiliza falsos pretextos para justificar sua invasão de território sírio. Ao mesmo tempo, afirmou que seu grupo não tem interesse em atacar Israel e está focado em reconstruir a Síria.
A ocupação das Colinas de Golã por Israel, considerada ilegal pela lei internacional, começou em 1967, após a Guerra dos Seis Dias. Apenas os Estados Unidos reconhecem a área como parte legítima do Estado judeu, um entendimento que começou em 2019, durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Os assentamentos judeus em Golã, bem como aqueles na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, também são considerados ilegais pela comunidade internacional, e alguns colonos são alvos de sanções econômicas.
Com o objetivo velado de enfraquecer a possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel patrocina a expansão de assentamentos nessas áreas e aplica a lei civil israelense aos seus cidadãos ali. Como os palestinos na Cisjordânia, por sua vez, vivem sob lei militar de Israel, entidades internacionais afirmam que o país comete apartheid na região.
Também neste domingo, bombardeios israelenses mataram 22 palestinos na Faixa de Gaza, incluindo civis que buscavam abrigo em uma escola, de acordo com paramédicos. Moradores da região disseram que Israel atacou casas e causou incêndios em três locais distintos do território palestino.
De acordo com o Exército israelense, as casas pertenciam a membros do grupo terrorista Hamas, e afirmou ter tomado precauções para minimizar o dano a civis. Afirmou ainda ter apreendido munições e granadas que pertenceriam ao Hamas.
Ataques israelenses já mataram quase 45 mil pessoas em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. Organizações como a Anistia Internacional acusam Tel Aviv de cometer genocídio contra palestinos na região.