Polícia

Jorge Caiado vira réu por participar do assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante

Assessor da Assembleia Legislativa (Alego), Jorge Luiz Ramos Caiado virou réu por participar do assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante. O crime aconteceu em junho de 2021, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. A mudança no caso aconteceu poucos dias após Caiado ser denunciado pelo Ministério Público de Goiás  (MP-GO).

Em nota, a assessoria jurídica de Jorge Caiado informou que, após o aditamento da denúncia, a defesa enfrentou dificuldades para acessar os elementos de prova, e ressaltou o uso de depoimentos dissidentes e matérias jornalísticas pelo Ministério Público, o que é repudiado por Caiado.

Além disso, a equipe de Jorge Caiado detalhou que adotará todas as medidas legais para sua defesa e pede uma investigação imparcial para identificar os verdadeiros autores do crime, sugerindo que se investigue também as movimentações financeiras dos policiais denunciados

A decisão assinada por três juízes determina a citação dos réus, incluindo Jorge Caiado, e dá o prazo de 10 dias para a resposta às acusações. Neste sentido, Caiado sai de denunciado pelo MP-GO para réu, já que os magistrados entenderam que existem elementos mínimos para a ação penal transitar.

No documento, o MP-GO incluiu Jorge Caiado na denúncia contra os demais envolvidos no assassinato do empresário, e afirmou que o assessor ajudou no planejamento do crime e, para isso, usou o prestígio que tem na Secretaria de Segurança Pública (SSP) e proximidade com policiais militares.

A denúncia argumentou que Caiado era aliado do ex-presidente do Democratas, Carlos César de Toledo, conhecido como Cacai, denunciado como mentor intelectual do crime. A investigação concluiu que Escobar foi assassinado após denunciar desvios de dinheiro na campanha eleitoral de Cacai, em 2018.

Movidos por vingança, Caiado e Cacai teriam se reunido, em fevereiro de 2019, com o Coronel Benito Franco Santos, então comandante da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). Eles teriam dito que Escobar estaria ameaçando Cacai e que a única forma de resolver seria “só matando”, conforme a denúncia.

Segundo a denúncia, o coronel se recusou a participar da “empreitada” e, então, Caiado e Cacai ainda se reuniram com o ex-chefe da Casa Militar, Coronel Newton Nery Castilho, para buscar apoio para “exterminar Fábio Escobar”. Conforme o documento, Castilho também negou a proposta e declarou que não era “jagunço”.

Apesar das negativas, Caiado e Cacai mantiveram o plano e, para cumpri-lo, aliciaram os policiais militares denunciados como executores do crime, que, segundo a denúncia, após o assassinado do empresário, receberam promoções por “ato de bravura” em confronto policial com resultado morte.

“Se não fosse o traquejo de Jorge e influência com autoridades policiais, Carlos Toledo, por si só, não teria atingido seu desiderato criminoso”, destacou a denúncia.

Após a análise, os promotores do MP-GO decidiram denunciar Jorge Luiz Ramos Caiado por homicídio qualificado por motivo torpe e emboscada.

A assessoria jurídica de Jorge Caiado vem por meio desta nota informar que seu cliente expressa total compromisso com a verdade e manifesta o mais profundo interesse em contribuir para a elucidação dos fatos.

É de suma importância ressaltar que a Defesa de Jorge Caiado, mesmo após o aditamento da Denúncia, enfrentou dificuldades para completo acesso aos elementos de prova produzidos em sigilo pelo Ministério Público e Polícia Civil de Goiás, todavia, amplamente divulgado nas plataformas digitais.

É lamentável e inadmissível que o aditamento da denúncia tenha se baseado unicamente em depoimentos de dois Oficiais Superiores dissidentes da Polícia Militar que manifestaram suas opiniões pessoais sobre a autoria do crime, com conteúdo revanchista.

Destaca-se que o Ministério Público, com carência de técnica processual, tem lastreado seus pedidos em matérias jornalísticas nitidamente de cunho político, conforme anexadas aos autos após o aditamento da denúncia, diversas reportagens protocoladas pelo Parquet no dia 20 de março de 2024.

Jorge Caiado adotará todas as medidas jurídicas disponíveis para sua defesa e esclarece que repudia, veementemente, qualquer tentativa de distorcer os fatos com intenções de macular a realidade.

Espera que a justiça prevaleça mediante uma investigação criteriosa e imparcial. Para tanto, solicita que o Ministério Público de Goiás e a Polícia Civil de Goiás intensifiquem suas investigações com o objetivo de identificar os verdadeiros autores do delito.

Sugerimos que, seguindo a mesma linha de investigação utilizada para aditar a denúncia, que inclui o uso de matérias jornalísticas como fonte de informação, se investigue a origem das vultuosas movimentações financeiras dos policiais denunciados, conforme relatado pelos veículos jornalísticos, com o objetivo de identificar o possível mandante do delito.

Jorge Caiado está à disposição para prestar esclarecimentos adicionais às autoridades sempre que necessário, reafirmando seu compromisso com a fidelidade e com a busca pela justiça.

Fonte: g1

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