Polícia

Jovens estão comprando dinheiro falso na internet para pagar shows, bebidas e drogas, diz PF

Código Penal determina que portar dinheiro falso em qualquer quantia é crime, mesmo que as cédulas não cheguem a circular.

A Polícia Federal (PF) traçou o perfil de pessoas que adquirem dinheiro falso pela internet, e de acordo com a corporação, geralmente são jovens, entre 18 e 25 anos, de classe média, que compram as notas falsas para usar com shows, bebidas e drogas. A informação foi divulgada pela TV Gazeta

Somente em 2022, cerca de R$ 56 mil em dinheiro falso foram apreendidos no Espírito Santo. Um dos casos foi em Cachoeira de Itapemirim (ES), onde a PF prendeu um jovem de 18 anos com R$ 1 mil em cédulas falsificadas em outubro do ano passado. Além disso, em 2023, três pessoas já foram presas em flagrante pelo crime.

Em entrevista à TV Gazeta, o superintendente da PF no Espírito Santo, Eugênio Ricas, explicou que as cédulas falsas são vendidas por valor bem abaixo da quantia adquirida. “Pagam um valor bem abaixo, de 20% a 30% do valor nominal do que ele está comprando em dinheiro falso, para comprar besteiras, como aparelho telefônico, entradas para festas, drogas e bebidas. Mas [essas pessoas] estão sendo presas e ficando muito tempo atrás das grades. É um crime gravíssimo”, afirmou. 

De acordo com o Código Penal, comete crime quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa (artigo 289, § 1º, do Código Penal). 

Segundo o Ministério Público Federal, mesmo quem adquire pequenas quantidades de moedas falsas pode responder por crime. Isso porque o Código Penal não estabelece um valor mínimo para a configuração desse ilícito, que se enquadra entre os crimes contra a fé pública.

A pena mínima para quem adquire moedas falsas pela rede mundial de computadores, ou por outros meios, é de três anos, e a máxima chega a 12 anos. A legislação prevê ainda pagamento de multa. Também pode ser enquadrado no mesmo crime quem produz, desvia ou põe cédulas e moedas falsificadas em circulação.

Segundo o superintendente, a corporação, em parceria com os Correios, está conseguindo localizar muitos criminosos que compram as cédulas falsas pela internet. Além disso, laboratórios de falsificação de dinheiro já foram identificados em diversos estados. 

“A cédula é feita pela Casa da Moeda, pelo governo brasileiro. Então, quando você falsifica você lesa todos esses bens, que é a economia, a fé pública do país. Ou seja, crimes gravíssimos realmente”, destaca o superintendente da PF no ES à TV Gazeta.

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