Juliana Oliveira depõe após denúncia de estupro contra Otávio Mesquita

Foto: Reprodução
Juliana Oliveira depôs na tarde de hoje no âmbito da denúncia de estupro feita por ela contra Otávio Mesquita. A humorista acusa o apresentador de tê-la estuprado durante gravação do The Noite, no SBT, em 2016.
O depoimento foi feito dentro do inquérito instaurado pelo Ministério Público que apura a denúncia de estupro feita por ela contra o apresentador Otávio Mesquita. A denúncia foi acatada pelo 7º Distrito Policial de Osasco na semana passada. Juliana prestou depoimento acompanhada do advogado Hédio Silva.
Ministério Público de São Paulo determinou que a Polícia Civil investigue a denúncia contra Otávio. As investigações estão sob responsabilidade do 7º Distrito Policial de Osasco, onde fica a sede do SBT.
Juliana Oliveira denunciou Otávio Mesquita por crime sexual ocorrido em 2016. Ela acusa o apresentador de ter apalpado sem consentimento suas partes íntimas em uma das gravações do programa The Noite com Danilo Gentili (SBT).
Em contato com Splash, Hédio Silva, advogado que representa Juliana, alega que a ex-assistente de palco de Danilo Gentili foi alvo de atos libidinosos sem consentimento. O profissional afirma que jurisprudência atual aponta que “a prática de atos libidinosos configura estupro”, ainda que não haja penetração. “Lei passou por reformulação em 2009. O judiciário tem reconhecido o estupro mesmo quando a pessoa não toca na vítima, por exemplo”.
No programa disponível no YouTube, é possível ver Juliana Oliveira sendo tocada nos seios após a chegada de Otávio Mesquita, que ingressa no palco de ponta-cabeça, pendurado por um cabo de aço, vestido de Batman. Em seguida, enquanto Juliana tenta retirar os equipamentos de segurança do apresentador, ele a segura e simula movimentos de sexo.
“Quando vi o vídeo, eu fiquei estupefato. Como alguém grava um vídeo daquele jeito? É um sentimento de impunidade. Ele aproxima as partes íntimas da boca dela, joga a Juliana no sofá… Quase quatro minutos de agressão. Ela reage, dá tapa, chuta, protesta. Depois, o Danilo Gentili a chama de volta para o palco, ela volta constrangida. Ela saiu com a noção exata de que foi violentada, mas não entendia a gravidade. Quando me contratou, analisei o material e disse: ‘Isso foi estupro com tudo gravado’. Ele ainda confessa no final ao se referir aos seios de Juliana como ‘durinho’. É uma violência sem tamanho.”
Hédio Silva, advogado de Juliana Oliveira.
Defesa alega que cada pessoa tem um tempo diferente para denunciar, o que é reconhecimento pelas cortes de Justiça, e que Juliana tentou buscar apoio do SBT, mas sem sucesso. “No último trimestre de 2024, ela levou a questão ao conhecimento da emissora, mas não teve a resposta que esperava. Isso adoece a pessoa. E entra o componente racial, a ideia de que o corpo da mulher é público”.
Advogado de Juliana diz que Mesquita entraria pendurado e que Juliana iria auxiliá-lo, mas sem que ele tocasse nela. “Ele apalpa as nádegas, os seios, simula o ato. Nos primeiros segundos, ela defere tapa, chutes… Quando volta ao palco, a expressão é de descontentamento. O Danilo Gentili chegar a falar ‘a Ju está com cara de que não está curtindo, mas ela gosta'”.
Otávio Mesquita nega as acusações. Ele afirma que tudo foi uma “brincadeira” previamente combinada e processou Oliveira por danos morais.
Por meio de nota, o SBT disse que tomou “todas as providências que lhe competia”: “A propósito do episódio envolvendo a Srª. Juliana Oliveira e o apresentador Octávio Mesquita, o SBT vem esclarecer que tomou, a tempo, todas as providências que lhe competia por meio do seu Departamento de Governança Corporativa”.
fonte: uol