Maxwell Simões é transferido para presídio federal, por determinação da Justiça
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva do ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa por suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Correa deverá ser transferido a um presídio federal.
A decisão do juízo da 4a. Vara Criminal da Capital informa que as provas apresentadas pelo Ministério Público do Rio apontam a ligação do ex-bombeiro com o caso, antes, durante e depois dos assassinatos. Na decisão, “determinou ainda que o preso seja transferido para um presídio de segurança máxima fora do estado, uma vez que ele representa risco às investigações”. Até a transferência, determinou a Justiça, ele deverá ficar no presídio de Bangu I.
As provas que indicam a participação de Maxwell tiveram como base a colaboração premiada de outro acusado, o ex-Policial Militar Élcio de Queiroz. Na decisão, é citada a ligação do ex-bombeiro com Ronnie Lessa, que também está preso e é acusado de disparar contra o carro onde as vítimas estavam. Correa teria participado, um dia após o crime, da troca de placas do veículo usado no assassinato, jogado fora as cápsulas e munições usadas no crime, assim como o providenciado o desmanche do carro.
Correa, de acordo com Élcio, seria o responsável por manter financeiramente sua família, assim como arcar com as despesas de sua defesa. O objetivo era evitar o rompimento entre eles. Maxwell teria participação em uma organização criminosa, além de possuir patrimônio incompatível com sua condição financeira.
Transferência
“[…] por todos esses motivos decreto, com base no Código de Processo Penal a prisão preventiva de Maxwell Simões Correa, com validade de 20 anos para um estabelecimento penal federal de segurança máxima, a ser indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça”, determinou o juiz.
Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e Maxwell Simões Corrêa, o Suel – Foto: Reprodução/ TV Globo
Até a prisão do sargente do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, de 44 anos, o celular pessoal do bombeiro, objeto considerado importante nas investigações, estava desaparecido. No entanto, após Suel, como é conhecido por seus pares, ser levado para a delegacia, os agentes encontraram o telefone dentro do edredom da filha, no quarto das crianças. Os investigadores acreditam que ele tenha dado sumiço no aparelho pouco antes da chegada da polícia.
A apreensão só foi possível com a colaboração da vendedora Aline Siqueira, mulher do militar. O bombeiro é apontado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como cúmplice do sargento da PM Ronnie Lessa, acusado das mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, há dois anos e três meses.