Justiça do DF condena a dez anos homem que divulgou fotos da autópsia de Marília Mendonça
A Justiça de Brasília condenou na quarta-feira (27) André Felipe de Souza Alves Pereira a dez anos e três meses de prisão por ter divulgado imagens da autópsia de Marilía Mendonça e Gabriel Diniz. Além do crime de vilipêndio a cadáver, ele foi condenado por divulgação de nazismo, xenofobia, incitação ao crime, racismo, atentado contra serviço de utilidade pública e uso de documento falso.
Pereira tem 22 anos e estava preso preventivamente desde abril. A defesa solicitou liberdade provisória, mas ela foi indeferida, pois “a sua soltura neste momento poderá provocar abalo social em razão do clamor gerado por suas condutas”. A Defensoria Pública afirmou, por meio de nota, que o processo corre em segredo de Justiça e que não divulgará informações sobre o caso.
O juiz do caso afirmou que Pereira divulgou as imagens “com vontade livre e consciente”. De acordo com o magistrado, a natureza das fotografias expostas e os comentários de Pereira no perfil dele em uma rede social “demonstraram o inequívoco objetivo de humilhar e ultrajar os referidos mortos, cujas imagens invocaram grande apreço popular, circunstância que comprova o dolo inerente ao tipo penal”, explicou.
André Felipe usou redes sociais para divulgar fotos tiradas durante a autópsia de famosos e incitar crimes. A cantora Marília Mendonça morreu, em 5 de novembro de 2021, aos 26 anos, na queda de um avião bimotor, em Piedade de Caratinga (MG). Já Gabriel Diniz, de 28 anos, morreu em um acidente aéreo no sul de Sergipe.
Vazamento das fotos
Nas redes sociais, fotos da necrópsia do corpo da cantora Marília Mendonça, morta em 2021, começaram a ganhar destaque no começo deste ano. A Polícia Civil de Minas Gerais abriu um procedimento administrativo para investigar o vazamento das imagens e anunciou que o sistema de armazenamento dos dados de investigações era capaz de identificar as pessoas que acessam as informações.
Em 17 de abril, Pereira foi preso, na Operação Fenrir (nome de uma divindade da mitologia nórdica relacionada ao fim do mundo). “A operação teve como objetivo reprimir administradores de contas de redes sociais que divulgavam fotos de celebridades após a morte. Hoje foi cumprido mandado de busca, e o autor foi preso por vilipêndio de cadáver. Ele confessou a prática do crime e se encontra à disposição da Justiça”, disse o delegado da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos, Eduardo Fabbro, quando Pereira foi preso.