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Líder da oposição venezuelana em protesto, diz que ‘a violência não vai derrubar a verdade’

A líder da oposição venezuelana, a ex-deputada Maria Corina Machado, disse que Nicolás Maduro, presidente reeleito da Venezuela, utiliza “a violência como último recurso”. Ela discursou para uma multidão durante manifestação, neste sábado (3/8), contra o resultado das eleições presidenciais do último domingo (28/7).

Em sua manifestação afirmou que não “irá cair em provocações” e pediu para a população adotar um comportamento diferente ao do governo de Maduro, que teve Maduro como vitorioso, que usa “a violência como último recurso” para silenciar os opositores do governo.

Segundo disse que, “A violência não vai derrubar a verdade”, disse. Afirmou ainda, “Hoje, o medo está em outra parte […] A nossa luta é cívica e pacífica.”

Para os opositores do governo, o candidato Edmundo Gonzáles venceu Nicolás Maduro nas urnas. No entanto, o atual presidente foi considerado reeleito pelo Conselho Nacikonal Eleitoral (CNE) de Venezuela, maior órgão eleitoral do país, sem divulgar as atas de votação.

“Como sempre, eles são capazes de qualquer coisa, mas nunca contaram com essa nossa reação, nunca imaginaram essa nossa reação. Não imaginaram que seria esta coragem”, destacou Corina.

O protesto deste sábado não contou com a presença de Edmundo González. Tanto María Corina como González estão sendo ameaçadas de prisão. Segundo o jornal norte-americano The Wall Street Journal, a líder da oposição estava escondida e temia pela vida.

A líder da oposição declarou também que o atual presidente não esperava a reação da população, que contesta o resultado divulgado.

Os manifestantes exigem o fim das perseguições e da pressão por parte das forças policiais contra os opositores de Maduro. Segundo o Programa de Educação em Direitos Humanos Acção (Provea), 19 pessoas morreram durante os protestos e outras 1,2 mil foram presas.

Maduro disse na quarta-feira (31), que Corina e Gonzáles “tem que estar atrás das grades”, e os convocou a “deixarem de ser covardes” e “se apresentarem ao MP para dar a cara a tapa”. O presidente também prometeu que “justiça vai chegar” para eles.

O protesto foi convocado por Corina nas redes sociais. Ela chegou ao local de caminhão, acompanhada por vários líderes da oposição, mas não por seu candidato Edmundo González Urrutia.

Durante o discurso da líder, a população gritava: “Não temos medo”.

“O regime nunca esteve tão frágil como hoje, nós temos a legitimidade e o mundo está vendo isso”, declarou.

A líder da oposição afirmou que já sabia que o reconhecimento de uma vitória seria difícil e alegou que os dados que apontam a perda de Maduro são “oficiais e originais”.

Ela pediu ainda para que os fiscais eleitorais resistissem e que sabe que os funcionários do governo enfrentam grande pressão no momento.

Em seu discurso, Corina declarou que não deseja o país dividido. “Eu quero que todos estejam juntos, alguns já estão se somando ao movimento. […] Vamos fazer isso juntos como nação”, afirmou.

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