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Mercenários rebelam contra exército russo, diz que controla Rostov

O chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou, neste sábado (24), que está controlando as instalações militares de Rostov, no sul da Rússia.

“Estamos no quartel-general às 7h30. As instalações militares em Rostov, incluindo o aeródromo, estão sob [nosso] controle”, afirmou. Segundo Prigozhin, as medidas não estão atrapalhando as operações na Ucrânia.

‘Nós vamos destruir qualquer um que esteja no nosso caminho, nós estamos avançando e vamos até o fim’, afirmou o líder do grupo de mercenários.

Yevgeny Prigozhin, o chefe do grupo de mercenários Wagner, entrou abertamente em campanha para destituir o ministro de Defesa da Rússia nesta sexta-feira (23). Na madrugada de sábado (24) na Rússia, ele afirmou que suas forças chegaram a Rostov, uma região perto da Ucrânia, e que não houve resistência dos militares que estavam em postos de controle.

Prigozhin chamou os recrutas dos postos de comando de crianças, e afirmou que não está lutando contra eles. “Mas nós vamos destruir qualquer um que esteja no nosso caminho, nós estamos avançando e vamos até o fim”, afirmou.

Prigozhin também afirmou que derrubou um helicóptero do exército russo.

Homens armados teriam chegado à sede da polícia regional do município de Rostóvia do Dom, segundo a agência de notícias Reuters apurou em vídeos das redes sociais. Contudo, ainda não há confirmação de que os homens pertencem ao grupo Wagner.

Yevgeny Prigozhin em imagem divulgada no dia 1º de junho de 2023 – Foto: Divulgação/Via Reuters

Governo da região de Rostov

O governador da região de Rostov, que faz fronteira com a Ucrânia, pediu aos moradores para ficarem em casa. Vassily Golubev pediu para que todos fiquem calmos e não saiam de casa a não ser que seja necessário.

Grupo Wagner

O Grupo Wagner é uma empresa paramilitar privada com ligações com o governo russo. Eles já existiam antes da guerra na Ucrânia , mas quando a Rússia começou a perder muitos homens na Ucrânia, o Wagner começou a recrutar prisioneiros e civis russos, assim como estrangeiros.

Muitas vezes eles são o grupo de frente nas disputas na guerra da Ucrânia, e há muita troca de acusações entre Prigozhin e os comandantes do exército russo.

Prigozhin e o Wagner, que apoiam a invasão russa da Ucrânia, já vinham se desentendendo com o exército há meses. O grande rival de Prigozhin é o ministro da Defesa, Sergei Shoigu.

Nesta sexta-feira, ele afirmou que o Ministério de Defesa russo atacou um acampamento do grupo e que muitos de seus combatentes morreram. Foi então que ele afirmou que estava abertamente em confronto com o ministério.

Por volta das 20h desta sexta, no horário de Brasília, Prigozhin afirmou que o grupo havia atravessado a fronteira da Ucrânia sentido Rússia.

“Aqueles que destruíram nossos rapazes serão punidos. Peço que ninguém ofereça resistência. Somos 25 mil e vamos descobrir por que o caos está acontecendo no país”, disse o chefe do grupo Wagner. “Este não é um golpe militar. É uma marcha por justiça. Nossas ações não interferem de forma alguma nas tropas.”

Resposta do Ministério

O Ministério da Defesa emitiu um comunicado no qual afirma que as acusações de Prigozhin a respeito do ataque ao acampamento “não correspondem à realidade e são uma provocação informativa”. Segundo as autoridades, o presidente do país, Vladimir Putin, está ciente da situação e todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.

A segurança de Moscou foi reforçada.

A FSB, um dos serviços de segurança da Rússia, abriu um caso criminal contra Prigozhin e ordenou a prisão dele. Ele é acusado de instigar um motim (um levante contra a autoridade militar), crime punível com até 20 anos de prisão no país.

O procurador-geral da Rússia disse que Prigozhin está sendo investigado por “suspeita de organizar uma rebelião armada”.

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