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Líder do Grupo Wagner culpa “ex-colonizadores” por golpe no Níger

Enquanto a comunidade internacional, incluindo diversos países africanos, condenou o golpe no Niger, o líder mercenário russo Yevgeny Prigozhin, do Grupo Wagner, tem sua própria opinião.

Em longa mensagem publicada nas redes sociais, Prigozhin culpou a situação no Níger pelo legado do colonialismo e alegou, sem provas, que as nações ocidentais estariam patrocinando grupos terroristas no país. O Niger já foi uma colônia francesa e, antes do golpe desta semana, era uma das poucas democracias da região.

Prigozhin ainda parece estar foragido, apesar de liderar uma rebelião armada contra o Kremlin em junho.

A revolta de curta duração terminou quando Prigozhin e suas tropas concordaram em ir para Belarus, mas p lider da milícia foi visto em São Petersburgo, na quinta-feira (27), se reunindo com um dignitário africano à margem de uma cúpula entre nações africanas e a Rússia.

A publicação de Prigozhin também era uma espécie de proposta de negócios. Ele disse que sua companhia militar privada era capaz de lidar com situações como a que acontecia em Niamey, capital do Níger.

Centenas de mercenários do Grupo Wagner estão no vizinho Mali, a convite da junta militar do país, para enfrentar uma insurgência islâmica que é mais forte na área onde as fronteiras do Mali, Burkina Faso e Níger se encontram.

“O que aconteceu no Níger está fermentando há anos”, disse Prigozhin. “Os ex-colonizadores estão tentando manter os povos dos países africanos sob controle. Para mantê-los sob controle, os ex-colonizadores estão enchendo esses países com terroristas e várias organizações de bandidos. Criando assim uma crise de segurança colossal.”

Prigozhin então continuou com seu discurso típico.

“A população sofre. E esse é o [motivo do] amor pelo Grupo Wagner, essa é a alta eficiência do Grupo Wagner. Mil de nossos soldados são capazes de estabelecer a ordem e destruir os terroristas, evitando que eles prejudiquem a população pacífica dos estados”, afirmou.

Outros de grupos de direitos humanos estabeleceram o envolvimento e a cumplicidade do Grupo Wagner com atrocidades contra populações civis no Sudão, Mali e na República Centro-Africana, onde foram empregados para ajudar as forças de defesa locais contra rebeliões e insurgências, e reprimir a oposição.

Os comentários de Prigozhin na sexta-feira foram contra a opinião do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que pediu a “libertação imediata” do presidente Mohamed Bazoum pelos militares.

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