Yegeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário russo Wagner, afirmou na terça-feira (23) que seus homens são os combatentes mais fortes, mas reconheceu que o exército ucraniano também lutou ferozmente, particularmente na cidade oriental de Bakhmut.
Em entrevista ao blogueiro pró-Moscou Konstantin Dolgov, Prigozhin disse que os ucranianos são “altamente organizados, altamente treinados e sua inteligência está no mais alto nível, eles podem operar qualquer sistema militar com igual sucesso, soviético ou da Otan”.
“Agora posso julgar de acordo com minha própria experiência, sei como diferentes países lutam [..] hoje Wagner é o melhor exército do mundo, e depois disso é claro que devo dizer que deveria ser o exército russo para ser politicamente correto, mas acredito que os ucranianos hoje são um dos exércitos mais fortes do mundo”, disse Prigozhin.
No fim de semana, Wagner afirmou que havia tomado todos os territórios planejados e deixaria a linha de frente no leste da Ucrânia na quinta-feira (18), deixando a luta para o Ministério da Defesa russo.
Prigozhin criticou a liderança militar da Rússia várias vezes no passado, inclusive no início deste mês, quando culpou os chefes de defesa russos por “dezenas de milhares” de baixas de Wagner porque eles não tinham munição suficiente.
Na entrevista, Prigozhin disse que mais de 10 mil soldados de Wagner morreram na batalha por Bakhmut e admitiu que a Rússia não obteve muito sucesso em seu objetivo de “desmilitarizar a Ucrânia”.
“No início da operação militar especial, eles (ucranianos) tinham, digamos, 500 tanques e agora eles têm 5 mil tanques, e se apenas 20 mil pessoas sabiam lutar, agora há 400 mil pessoas que sabem lutar. Então, como desmilitarizamos (a Ucrânia)? Parece que fizemos o contrário, militarizamos”, disse ele a Dolgov.
