“Lobo Brasileiro”: suspeito de aplicar golpe de falsos investimentos é extraditado ao Brasil
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Golpista que se inspirava em Lobo de Wall Street é extraditado e chega ao Brasil. procurado pela Interpol, por organização criminosa sediada em Portugal aplicava golpe dos falsos investimentos na bolsa de valores
Preso em Lisboa, em Portugal Eduardo Omeltech Rodrigues, de 29 anos, foi extraditado ao Brasil, nesta quinta-feira (1°). Ele foi preso em março do ano passado, suspeito de aplicar golpes em brasilkeiros oferecendo falsos investimentos.
Eduardo é o primeiro preso extraditado da Operação o Lobo de Wall Street chegou a Brasília por volta das 17h20, em um voo da companhia aérea TAP, vindo de Lisboa. O homem é acusado de integrar organização criminosa que controlava suspostas empresas de investimentos no mercado financeiro, criadas em Portugal com objetivo de aplicar golpes em brasileiros.
A ação, coordenada pela 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), revelou uma organização criminosa que fazia vítimas por meio do golpe dos falsos investimentos na bolsa de valores (Ghost-Brokers). Em março do ano passado, com apoio operacional da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva com bloqueio de contas bancárias, sequestro de criptoativos e derrubada de sites.
O Lobo de Wall Street
O grupo se inspirava no filme O Lobo de Wall Street para ludibriar as vítimas, e algumas chegaram a perder R$ 1 milhão.
O call center da organização criminosa era distribuído em quatro sedes e empregava centenas de brasileiros, geralmente imigrantes ilegais, que assinam contrato para prestar serviços de marketing e promoção, com salário de €750. Os bons vendedores ganhavam US$ 50 de comissão sobre os depósitos de aporte.
A contratação exclusiva desse público decorria da necessidade de pessoas que falassem português fluente, pois o grupo assediava e buscava seus alvos apenas no Brasil. As empresas de fachada trocam de nome constantemente e os golpes são concentrados em chamadas telefônicas feitas no horário comercial brasileiro.
— Eles passam um treinamento baseado no filme. Um método de vendas capaz de fazer a pessoa fechar negócio com uma só ligação — contou o ex-funcionário, que deixou a empresa após descobrir a fraude.
Um segundo funcionário completou:
— Durante o treinamento, achei a empresa muito suspeita. Pediam para criarmos falsos nomes e estilos de vida. O ambiente de trabalho era uma loucura. Nos forçaram a ir de traje social completo porque diziam que isso trabalhava a mente. Fiz um investimento caríssimo em um terno, camisas e sapatos. Nos finais de semana, nos davam bebidas para que a gente se soltasse e vendesse mais, porque trazia confiança para o personagem que foi criado.
Uma terceira funcionária adicionou:
— Todos são obrigados a ficar em pé durante um tempo considerável, geralmente uma hora. Segundo eles, era para dar energia durante a chamada.
O aporte inicial mínimo seria de US$ 200 (cerca de mil reais) e funciona para ativar uma conta para a vítima na corretora fraudulenta.
Depois de aberta a conta e feito o primeiro depósito, o cliente passava a ser atendido por um suposto especialista. Ele tentava tirar mais dinheiro da vítima, simulando ganhos. Muitos incitaram as vítimas a pedir empréstimos, diz o funcionário. Quando o cliente resolvia sacar, era informado que perdeu tudo numa jogada de investimento.
Páginas falsas
Para dar aparência de legitimidade e fazer as vítimas acreditarem se tratar de um investimento real, os criminosos montaram diversas páginas de empresas fictícias na internet; entre elas, Paxton Trade, Ipromarkets, Ventus Inc, Glastrox, Fgmarkets, 555 Markets e ZetaTraders.
As vítimas se cadastravam nas páginas e, depois, usavam um aplicativo para fazer os supostos investimentos. No entanto, esses recursos financeiros nunca realmente chegavam ao mercado de valores.
A empresa paga por anúncios nas redes sociais para fisgar possíveis vítimas, com a promessa de ganhar dinheiro fácil e rápido após preencher cadastro. Assim, organiza a sua base de dados para as chamadas.
Brasileiro que aplicava golpes de falsos investimentos chega ao Brasil, após extradição – Foto: Divulgação