Luis Roberto Barroso anuncia que vai deixar cargo de ministro do STF

Ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do STF anunciou aposentadoria nesta quinta, 9 – Crédito: Luiz Silveira/STF
O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje foi a sua última sessão plenária na Corte.
Com 67 anos, Barroso deixou a Corte oito anos antes do prazo previsto, já que a Constituição estabelece aposentadoria compulsória de cargos públicos aos 75 anos.
“Sinto que agora é hora de seguir novos rumos”, afirmou.
Na sesão desta quinta-feira, Barroso leu uma carta aos colegas ministros presentes. Entre outros pontos, o magistrado destacou que seu tempo enquanto ministro do Supremo foi de “imensa dedicação à causa da Justiça, da Constituição e da democracia”.
“Ao longo desse período, enfrentei e superei, com discrição, dificuldades e perdas pessoais. Nada disso me afastou da missão que havia assumido perante o país em minha consciência de dar o melhor de mim na prestação da Justiça”, declarou.
Visivelmente emocionado, o ministro informou que agora seguirá “novos rumos”, ainda não definidos, mas que, sem apego ao poder, quer viver “um pouco mais da vida que me resta” sem a exposição pública, as obrigações e exigências do cargo.
O anúncio ocorre pouco tempo depois de Barroso deixar a presidência do STF e ser alvo de sanções do governo dos Estados Unidos.
O ministro ainda deve permanecer no STF até a próxima semana para liberar processos que ainda estão sob a responsabilidade dele.
Com a saída de Barroso, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar novo integrante para a Corte.
Perfil
Barroso chegou ao Supremo em 2013. Ele foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff para a vaga deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto, aposentado em novembro de 2012 ao completar 70 anos.
O ministro nasceu em Vassouras (RJ), é doutor em direito público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e mestre em direito pela Yale Law School, nos Estados Unidos.
Antes de chegar ao Supremo, atuou como advogado privado e defendeu diversas causas na Corte, entre elas a interrupção da gravidez nos casos de fetos anencéfalos, pesquisas com células-tronco, união homoafetiva e a defesa do ex-ativista Cesare Battisti.