Lula chega à Bélgica para cúpula entre Celac e União Europeia
Itamaraty prevê discussões sobre mudanças climáticas e comércio no encontro, que reunirá 60 países. Presidente também vai participar de encontro de lideranças progressistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou neste domingo (16) a Bruxelas, capital da Bélgica. A partir desta segunda (17), Lula participa da cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia.
O encontro entre os líderes dos blocos que reúnem 60 países, vai até terça (18) – e Lula deve voltar a Brasília na manhã de quarta (19). A última reunião havia ocorrido em 2015, também na Bélgica.
Na segunda, de acordo com prévia divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula participa de um fórum empresarial com representantes dos dois continentes pela manhã e da sessão de abertura da cúpula à tarde.
Entre segunda e terça, Lulca também terá sete reuniões bilaterais, além de um encontro previsto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen.
Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro avalia que a cúpula pode dar “impulso” às relações bilaterais entre os países.
O Brasil havia deixado a Celac durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O retorno ao grupo ocorreu neste ano após a posse de Lula.
A expectativa é que a cúpula discuta temas como:
- mudança do clima e transição justa e sustentável;
- transição digital inclusiva e justa;
- segurança cidadã e combate ao crime transnacional;
- comércio e desenvolvimento sustentável;
- e recuperação global pós-pandemia da Covid-19.
Acordo Mercosul-UE
No comando do Mercosul, Lula foi convido a participar da cúpula pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que preside o bloco europeu. Os dois têm discutido os detalhes finais de um acordo comercial entre os blocos.
Ao assumir o bloco sul-americano, no início do mês, o presidente chegou a sugerir que o Mercosul poderia “roubar a cena” da cúpula para negociar termos do acordo.
Parte já foi concluída em 2019. No entanto, neste ano, os europeus enviaram uma carta adicional ao Mercosul, que prevê sanções em questões ambientais – mobilização liderada pela França.
O teor do documento foi clasificado po Lula como “ameaça”, e o governo brasileiro anunciou que trabalhava em uma resposta.