Lula chega a Washington para encontro com Biden
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Washington, nos Estados Unidos, por volta de 18h50 (horário de Brasília) nesta 5ª feira (9/2).
A viagem do chefe do Executivo tem a missão de reestabelecer a relação do Brasil com o governo de Joe Biden e de levantar uma agenda econômica com os americanos que passa pela discussão climática e o fortalecimento do comércio bilateral. Temas sobre direitos humanos também devem estar na pauta.
Os 2 países também pretendem enfatizar o discurso pela defesa da democracia. Ambos passaram por situação semelhante de ataque de extremistas de direita a sedes de Poderes:
6 de janeiro de 2021, Washington – o Capitólio, que abriga o Legislativo, foi invadido e depredado por apoiadores do ex-presidente Donald Trump;
8 de janeiro de 2023, Brasília – as sedes dos Três Poderes no Brasil também foram invadidas por extremistas de direita e tiveram parte de seus espaços e materiais destruídos.
O chefe do Executivo está hospedado na Blair House, uma mansão localizada próximo à Casa Branca. A residência também é chamada de “casa de hóspedes do presidente” dos EUA. Ao chegar, Lula não falou com jornalistas que o aguardavam do lado de fora.
Além do presidente, se hospedarão no local os ministros que completam a comitiva brasileira nos EUA.
Quem está com Lula:
Janja Lula da Silva, primeira-dama;
Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial;
Celso Amorim, assessor especial da Presidência;
Marcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento;
Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também se hospedou na Blair House, em 2019, a convite do ex-líder norte-americano Donald Trump.
LULA E BIDEN
No dia seguinte ao ataque aos Três Poderes, Biden ligou para Lula e “transmitiu o apoio inabalável dos Estados Unidos à democracia do Brasil”. O petista defende uma concertação internacional para se encontrar soluções para as ameaças democráticas no mundo.
Lula deve, inclusive, tratar com Biden sobre a regulação das redes sociais. O brasileiro defende que a discussão sobre o tema deva ser feita por meio de um debate global e indicou que o fórum de discussão sobre o tema deva ser o G20.
Curta e com poucos compromissos agendados, a viagem de Lula foi classificada pelo Itamaraty como de caráter político. “O principal elemento a destacar dessa visita é seu caráter político, a simbologia de ocorrer logo no início do mandato do presidente Lula”, disse Michel Arslanian Neto, secretário para a América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores.
Embora o Brasil nunca tenha rompido relações com os Estados Unidos, o contato político e diplomático entre os dois países arrefeceu desde que Biden venceu Trump nas eleições de 2020. Bolsonaro era alinhado a Trump e se afastou de Biden.
“É uma oportunidade para um encontro entre os 2 líderes, para ter um contato pessoal, importante para dar um impulso e uma direção à relação”, disse Neto. Ele falou com jornalistas na 3ª feira (7.fev), no Itamaraty.
Lula e Biden já conversaram por telefone em duas ocasiões: em 31 de outubro de 2022, quando o petista foi eleito para seu 3º mandato, e em 9 de janeiro, depois da invasão aos Três Poderes.
Em dezembro de 2022, ainda como presidente eleito, Lula recebeu o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan. Foi uma conversa preparatória para o encontro com Biden.