Lula decreta intervenção federal na segurança do DF até 31 de janeiro
Lula decretou neste domingo (8) intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro após a invasão e depredação das sedes dos 3 Poderes (Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF).
A medida tirou o comando da área de segurança pública do governador Ibaneis Rocha (MDB) e coloca as polícias e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal sob o controle da União. O Congresso Nacional precisa votar a intervenção em até 24 horas. Foi convocada uma reunião de líderes para amanhã (9/1).
O interventor escolhido foi um civil: o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli. O anúncio de intervenção foi feito quase três horas e meia após a invasão.
O presidente estava em Araraquara, no interior de São Paulo, onde foi acompanhar as áreas atingidas por fortes chuvas. Ele disse que pretende voltar a Brasília e visitar as instalações atingidas pelos terroristas.
Visivelmente irritado, Lula prometeu punições severas para financiadores, participantes e autoridades envolvidas na convocação, organização e realização dos atos.
O que acontece agora?
O presidente sinalizou com as seguintes providências para os próximos meses: O interventor nomeado pelo governo Lula assume o comando da segurança do DF.
Investigar a conduta de policiais que tenham sido lenientes com a invasão da sede dos poderes, expulsando da corporação os culpados.
Buscar a responsabilização penal do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados que estimularam ataques contra o Congresso e o STF ao longo dos últimos anos.
Cortar a rede de financiamento de atos golpistas, inclusive dos acampamentos à frente dos quartéis. Lula levantou suspeitas contra setores alinhados a Bolsonaro, a quem voltou a nomear como “genocida”.
Lula citou madeireiros ilegais, garimpeiros e o “agronegócio maldoso que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana”.
Lula citou madeireiros ilegais, garimpeiros e o “agronegócio maldoso que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana”.
O presidente também demonstrou insatisfação com o governo do Distrito Federal. Afirmou que as autoridades da área de segurança pública tiveram “incompetência, má vontade ou má-fé” e lembrou do quebra-quebra no dia de sua diplomação, com a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.
Disse também que o agora ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, “sempre foi conivente” com os atos golpistas – inclusive quando era ministro da Justiça de Bolsonaro. A prisão de Torres foi pedida ao STF pela AGU.
Reação do Congresso
Durante o pronunciamento de Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou as redes sociais para dizer que se “coloca à disposição” dos chefes dos Poderes para fazer uma reunião e deixar “absolutamente inquestionável” que as instituições estão “mais unidas do que nunca”.
Lira apoiou a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2022. Após o resultado do pleito, o presidente reconheceu a vitória de Lula e reforçou a segurança do sistema eleitoral brasileiro.
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