Lula diz que povo ‘aprendeu lição’ sobre ‘aloprado’, sem citar Bolsonaro
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Embora negue estar com a cabeça em 2026, o presidente Lula (PT) voltou a fazer um “alerta” sobre a disputa, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nominalmente.
Lula falava em um evento sobre educação na noite desta terça-feira (4), em Brasília. “Vocês aprenderam uma lição: construir leva décadas, [mas, para] destruir, basta um aloprado ganhar as eleições que ele destrói em quatro anos o que a gente fez em vinte ou fez em trinta anos”, afirmou o presidente a uma plateia cheia de professores.
Ele não citou Bolsonaro ou qualquer adversário, mas fez referência clara ao antecessor. “A gente passa meses e meses construindo uma coisa, entra um cara e, num decreto, ele destrói tudo. Porque fica melhor criar CAC [Certificado de Colecionador, Atirador e Caçador] para as pessoas aprenderem a atirar do que para as crianças aprenderem a estudar”, completou.
Fazia tempo que Lula não fazia essa referência. A crítica de armas em vez de livros foi um dos motes da campanha do petista contra o então presidente em 2022, mas andava esquecida —um dos motivos, dizem apoiadores, são as dificuldades do governo na área de Segurança Pública.
A fala vai de encontro à imagem que Lula quer passar, mas confirma o que se fala no Planalto: 2026 está aí. Não é segredo que, embora pesquisas eleitorais indiquem a reeleição, a cúpula governista tem se preocupado com a popularidade do presidente e a insatisfação da população.
O presidente tem tentado passar a ideia de que atualmente isso não é uma preocupação. Questionado em coletiva na semana passada, ele desconversou, tentou mostrar tranquilidade e disse que só se vai preocupar com pesquisas daqui a um ano e meio.
O assunto já domina, no entanto, a provável reforma ministerial. Lula não só tem pensado em garantir a governabilidade, como tem feito desde o início do mandato, segurando dez partidos sob sua asa, como também vem pensando em contornos para as eleições gerais. Um dos principais pontos das conversas é que o petista não quer chegar no pleito sem os apertos das mãos que ele segurou no governo.
fonte: uol