Marido de jovem morta em abordagem da PRF nega que tenha tentado fugir
O marido de Anne Caroline Nascimento, de 23 anos, negou que estivesse fugindo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante a abordagem policial na Rodovia Washington Luiz (BR-040), na noite de sábado (17), que terminou na morte da jovem. Segundo o coletor de óleo, Alexandre Roberto Ribeiro Mello, de 32 anos, seu carro foi alvejado por pelo menos dez tiros, na altura do acesso à Linha Vermelha. Um desses disparos atingiu o rim e fígado da estudante de Enfermagem, que estava sentada no banco do carona. Alexandre disse que o veículo foi alvejado antes de conseguir pará-lo.
A vítima chegou a ser socorrida e passou por cirurgia no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, mas não resistiu aos ferimentos.
Alexandre Roberto disse, que voltava para casa após um jantar em comemoração aos sete anos de casamento. O casal havia combinado de retornar cedo, por volta de 22h, por receio da violência urbana.
O marido afirmou que, ao perceber a aproximação de uma viatura com o giroflex ligado, ligou o pisca-alerta e procurou um acostamento para parar o veículo, na rodovia Washington Luís.
“Quando liguei o pisca-alerta, começaram a atirar. Eu não tenho como parar no meio da Washington Luís porque ali é uma rodovia larga. Então procurei um acostamento para fazer a parada. Antes da parada, meu carro foi fuzilado. Ele descarregou o fuzil dele todinho em cima do meu carro.”
Alexandre contou ter saído do carro e avisado que a esposa havia sido baleada. Segundo ele, os agentes ficaram nervosos e o culparam pelo ocorrido: “Por que minha culpa? Se deram a ordem de parada, eu liguei o pisca-alerta, parei o carro. Antes de eu parar, fuzilaram o meu carro todo”.
Questionado se houve demora, ele negou: “Não houve demora, até porque, se eu apertasse o freio na Washington Luís, o carro deles iria bater atrás”, explicou.
Alexandre afirmou também que os agentes ajudaram a socorrer a esposa dele, e um deles assumiu a direção do veículo para levá-la ao hospital.
Inconformado com a ação policial, o marido disse que irá buscar justiça para o caso.
“O policial já foi solto, hoje, na audiência de custódia. Não entendo isso. Ele assassinou minha mulher, executou minha esposa. Ele descarregou o fuzil no meu carro. Meu carro está todo furado na Polícia Federal. Vou querer justiça contra esse policial, essa equipe. Inclusive, baleou outra pessoa na frente. Todo mundo é trabalhador. Que isso? Não existe.”
A outra mulher baleada foi identificada como Cláudia Maria da Silva, de 50 anos. Ela está internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Caxias, na Baixada Fluminense, em estado grave.
Em nota, a PRF disse que a equipe fazia o acompanhamento tático de um carro suspeito em fuga. O policial que fez os disparos foi afastado preventivamente das atividades. O caso vai ser investigado pela corregedoria interna e também pela Polícia Federal.