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Milei demite ministro da infraestrutura e elimina pasta, em menos de 2 meses de governo

O presidente da Argentina, Javier Milei, perdeu o primeiro membro de seu gabinete após 45 dias de governo, demitindo nesta sexta-feira, 26, seu ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro. Guillermo Ferraro, que ficou menos de dois meses no cargo. A informação, que vinha sendo noticiada pela imprensa local com base em fontes do governo, foi confirmada neste sábado (27) pelo Gabinete da Presidência.

Segundo informações dos jornais argentinos Clarín e La Nación, Ferraro teria sido responsável por vazar informações de reuniões interministeriais feitas na Casa Rosada. Em um dos vazamentos, Milei teria criticado governadores e prometido que os deixaria “sem nenhum centavo”.

Após diminuir pela metade o número de ministérios em relação ao seu antecessor, Milei, cortou mais uma pasta, a da Infraestrutura, que será absorvida pela Economia.

Guillermo Ferraro, que ficou menos de dois meses no cargo – Foto: Reprodução/Multivision

Conhecido de Milei há mais de 15 anos, Ferraro foi um dos primeiros confirmados no primeiro escalão do governo, em setembro. Ele ficou à frente da pasta que foi chamada de “mega ministério” pela imprensa argentina pela sua abrangência sob a sua alçada estavam as secretarias de Transporte, Obras Públicas e Comunicação.

Pouco a pouco, porém, o ministério foi sendo debilitado. Logo no início do governo, ele perdeu as suas áreas de Mineração e Energia. Em seguida, foi criada a Secretaria de Empresas Públicas sob o poder do chefe de gabinete, Nicolás Posse.

A criação da secretaria tomou uma missão fundamental de Ferraro, que era emprestar o modelo chileno, conhecido pelo viés liberal, como inspiração para as obras públicas da Argentina. A ideia também era incentivar o setor privado a investir mais em obras no país. “A abordagem que temos é que o Estado tem que reduzir a sua participação na economia para dar espaço ao setor privado”, afirmou o administrador a uma rádio local após ser anunciado como ministro.

Durante a campanha, Ferraro ainda participou da Coordenação Nacional de Supervisão da coalizão de Milei, La Libertad Avanza.

Antes disso, o administrador havia participado de diversos governos. Em 2009, ele integrou o Ministério da Fazenda do Governo da Cidade de Buenos Aires e, em 2002 e 2003, foi Subsecretário de Indústria na gestão do ex-presidente argentino Eduardo Duhalde. Além disso, entre 2005 e 2007, quando Néstor Kirchner estava no poder, foi presidente da estatal Nación Servicios.

Apesar do anúncio neutro do governo neste sábado, a imprensa local atribui a demissão ao vazamento dos bastidores de uma reunião de gabinete. Segundo fontes ouvidas pelos principais veículos argentinos, Milei culpa Ferraro pela disseminação de uma fala durante o encontro.

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