Brasil

Morre Ziraldo, criador de ‘O Menino Maluquinho’, aos 91 anos

Ziraldo – Foto: Divulgação

A informação foi confirmada pela família do desenhista na tarde deste sábado (6). Ziraldo morreu em casa, um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio.

Morreu aos 91 anos o desenhista e escritor Ziraldo, criador de personagens como os de “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”. A informação foi confirmada pela família do desenhista na tarde deste sábado (6). Ziraldo morreu dormindo, quando estava em casa, em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio. O cartunista morreu dormindo em seu apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, às 14h30.

A filha de Ziraldo, Daniela Thomas, disse que ele teve falência múltipla de órgãos, mas a nota oficial da assessoria do artista fala em causas naturais. “Ele simplesmente parou de respirar. Já eram seis anos acamado, e começou ultimamente a ficar com muita fraqueza, ter muita febre”.

Também chargista, caricaturista e jornalista, ele foi um dos fundadores nos anos 1960 do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil.

Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG), onde passou a infância. Mais velho de uma família com sete irmãos, foi batizado a partir da combinação do nome da mãe (Zizinha) com o nome do pai (Geraldo). Leitor assíduo desde a infância, teve seu primeiro desenho publicado quando tinha apenas seis anos de idade, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.

Iniciou a carreira nos anos 1950, na revista “Era uma vez…”. Em 1954, passou a fazer uma página de humor no mesmo “A Folha de Minas” em que havia estreado.

Em 1957, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No mesmo ano, entrou para o time das revistas “A Cigarra” e, depois, “O Cruzeiro”. Em 1958, casou-se com Vilma Gontijo, sua namorada havia sete anos. Tiveram três filhos, Daniela, Fabrizia e Antônio.

Já na década seguinte, destacou-se por trabalhar também no “Jornal do Brasil”. Assim como em “O Cruzeiro”, publicou charges políticas e cartuns. São dessa época os personagens Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho.

Ao mesmo tempo que combatiam a censura, Millôr, Henfil, Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ivan Lessa, Sérgio Augusto e Paulo Francis, dentre outros colaboradores do jornal, sofriam com ela.

No período, pôde enfim realizar um “sonho infantil”. Ele se tornou autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do gênero com um só autor, sobre a “Turma do Pererê”.

Um dia depois do AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, Ziraldo foi detido em casa e levado para o Forte de Copacabana.

Em 1969, publicou seu primeiro livro infantil, “FLICTS”. Em 1979, passou a se dedicar à literatura para crianças.

Seu maior sucesso, “O Menino Maluquinho”, saiu em 1980. É considerado um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro em todos os tempos.

O mural gigante Última Ceia, pintado em 1967 por Ziraldo, que estava encoberto na antiga casa de show Canecão, será restaurado pela UFRJ e aberto à visitação pública a partir de abril – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O velório de Ziraldo acontecerá neste domingo, 07 de abril, a partir das 10h, no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na Avenida Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo e não na ABI, como foi anteriormente anunciado. O sepultamento acontecerá às 16h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo