Polícia

Mulher agredida ao ser confundida com trans

A mulher vítima de agressão após ser confundida com uma pessoa trans, no sábado, contou que a equipe do restaurante Guaiamum Gigante, onde o caso aconteceu, ajudou o agressor a fugir do estabelecimento, localizado no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife.

De acordo com a mulher agredida, um homem desconhecido a abordou na saída do banheiro feminino e perguntou se ela era um homem ou uma mulher. Ao questionar o motivo da pergunta, o homem teria dado um soco no rosto dela acreditando se tratar de uma mulher trans.

Ainda segundo a vítima da agressão, os clientes que presenciaram o ocorrido tentaram manter o homem no local até a chegada da polícia para registrar o flagrante, mas os funcionários do restaurante Guaiamum Gigante, incluindo o gerente, teriam facilitado a fuga do agressor.

A vítima também relatou que, além de ter facilitado a fuga do agressor, um dos garçons teria ironizado a situação chamando a vítima de “menininho”.

“O Guaiamum Gigante fez rigorosamente nada para me acolher. […] E inclusive, em contato com um amigo que estava na mesa comigo, um dos funcionários disse ‘ah, mas o menininho foi ao banheiro’ me tratando com desdém, me tratando com ironia”, declarou a vítima.

O g1 procurou o Guaiamum Gigante e questionou por que o estabelecimento ajudou o homem a ir embora antes da chegada da polícia. O contato foi respondido por Cristiano Falcão, filho da proprietária do restaurante. Segundo ele, a lotação do espaço, a demora para a polícia chegar e o medo do agressor estar armado motivaram a decisão.

Ainda de acordo com Cristiano, foi seguido o Protocolo Violeta, instituído pela lei municipal nº 19.061 de 2023. A norma tem como objetivo combater a violência e a importunação sexual em espaços públicos como bares, restaurantes e hotéis. Uma das ações determinadas na lei é o distanciamento da pessoa indicada como agressora.

Cristiano Falcão apontou também a demora da Polícia Militar para chegar ao restaurante. Segundo ele, a equipe policial chegou cerca de uma hora após ser acionada.

“Como é que o restaurante, que não tem força de polícia, ia segurar uma pessoa totalmente fora de si durante uma hora? […] A gente ia segurar uma pessoa aqui dentro cheio de idosos, cheio de crianças? Poderia ter uma confusão maior”, disse Cristiano Falcão.

O g1 procurou a Polícia Militar (PM) para que a corporação se pronuncie sobre o tempo levado para chegar até o restaurante, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. A Polícia Civil informou que o caso foi registrado como lesão corporal pela Central de Plantões da Capital (Ceplanc).

Fonte: g1

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