Na 1ª reunião ministerial, Lula promete “não deixar ministros na estrada”, mas “quem errar sairá”
Em discurso de abertura da primeira reuinão ministerial do terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que seu governo não é de “pensamento único”, mas composto de “pessoas diferentes” que precisarão fazer esforço para “construir” de forma igual. Ele afirmou que não deixará nenhum de seus ministros “no meio da estrada”, mas garantiu que quem errar “vai ser convidado a deixar o governo”.
Lula acrescentou que tratará os subordinados como filhos, apoiando mas exigindo “muito trabalho”.
Segundo o petista, quem fizer algo “errado” será convidado a se retirar.
“Quem fizer errado, sabe que tem só um jeito, a pessoa será simplesmente ,da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo e, se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”, afirmou Lula.
Respeito ao meio ambiente e às leis
Em outro trecho, o presidente citou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e disse que “empresários de verdade” do agronegócio sabem a “necessidade da produção sem precisar ofender ou adentrar a Floresta Amazônica ou qualquer bioma”.
Segundo Lula, esses produtores serão “muito respeitados pelo governo”, mas os que agirem fora da lei serão responsabilizados.
“Aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, esse a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque, neste país tudo vale, a única coisa que não vale é o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação”, disse.
Relação com o Congresso
Ainda durante a fala inicial, Lula abordou a futura relação entre o governo e o Congresso. O presidente afirmou que o Planalto “não manda no Congresso, depende do Congresso”, e pediu para que os ministros tenham “a paciência e a grandeza” de atender bem cada parlamentar que buscar atendimento.
— Vou fazer a mais importante relação com o Congresso Nacional que eu já fiz. Já estive oito anos na Presidência, e quero dizer aos líderes, Jaques Wagner, Guimarães e Randolfe, que não se preocupem, que vocês vão ter um presidente disposto a fazer quantas conversas forem necessárias com as lideranças, com os partidos políticos, com o presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco e com o presidente (da Câmara) Arthur Lira. Não tem viés ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro — acrescentou.
Disse ter orgulho de ter montado uma equipe de políticos e que não adianta ter um governo composto por técnicos gabaritados, mas não conseguir votos no Congresso.
“É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso, nós dependemos do Congresso e, por isso cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado, cada deputada, cada senador, cada senadora que o buscar”, afirmou.
Em outro momento, Lula foi mais específico e citou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Não tem veto ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro. Então, eu quero que vocês saibam que vocês contem comigo porque eu tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado. E assim nós vamos governar esses quatro anos”, afirmou.