Nicolas Maduro vence eleição com 51,2% dos votos, diz órgão eleitoral da Venezuela
O presidente Nicolás Maduro se dirige a apoiadores reunidos em frente ao palácio presidencial de Miraflores depois que as autoridades eleitorais o declararam vencedor das eleições presidenciais na Venezuela – Foto: AP Photo/Fernando Vergara
Com 80% do votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou a reeleição do atual presidente, Nicolás Maduro.
Conselho eleitoral da Venezuela na madrugada desta segunda-feira (29), informou que Nicolas Maduro foi eleito com 51,2% de votos dos eleitores que compareceram às urnas – foram 5.150.092 votos , segundo o órgão eleitoral, que é alinhado ao presidente. O principal opositor na disputa, Edmundo González, teve 44,2% – 4.445.978 votos.
Maduro foi reconduzido para um novo mandato de seis anos – de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.
Houve comemoração na sede da campanha de Maduro em Caracas após o anúncio do resultado. O presidente reeleito abraçou apoiadores ao som da música que dizia que ele era o “coração do povo”.
A vitória de Maduro acontece em meio um cenário de críticas à condução da Venezuela, sendo que por muitas vezes países e organizações questionam o cumprimento dos processos democráticos.
O triunfo de Maduro representa a continuidade do chavismo no poder, que chegou em 1999 pelas mãos de Hugo Chávez. Em 2013, após a morte de Chávez, Maduro assumiu uma posição da qual não saiu desde então.
Quem é Nicolás Maduro?
Nicolás Maduro Moros nasceu em 23 de novembro de 1962, na cidade de Caracas, na Venezuela.
Ele é filho de Nicolás Maduro García e Teresa de Jesus Moros. Além disso, é casado com Cília Flores, com quem teve um filho, Nicolás Jr.
Trabalhou como motorista de ônibus e pertencia ao sindicato de trânsito.
Em 1983, foi guarda-costas do candidato presidencial José Vicente Rangel.
Maduro fez campanha pela libertação de Hugo Chávez da prisão por tentativa de golpe de 1992 para derrubar o presidente Carlos Andrés Pérez. Após a libertação de Chávez, o ajudou a fundar o partido político Movimento V República.
Nicolás Maduro foi eleito em 1999 para a Assembleia Nacional Constituinte, órgão convocado para redigir uma nova Constituição. Um ano depois, foi eleito para a Assembleia Nacional, o Poder Legislativo do país.
Nos anos de 2005 e 2006, foi porta-voz da Assembleia Nacional. Além disso, foi ministro das Relações Exteriores entre 2006 e 2013.
Em 12 de outubro de 2012, foi escolhido por Hugo Chávez como seu vice-presidente.
Entretanto, pouco tempo depois, em 9 de dezembro do mesmo ano, Chávez apoiou Maduro para sucedê-lo, pois passaria pela quarta cirurgia no tratamento de câncer.
Chávez morreu em 5 de março de 2013, e, três dias depois, Nicolás Maduro tomou posse como presidente interino.
Oposição questiona resultado e diz que seu candidato venceu
A legislação venezuelana exige que o CNE seja um órgão imparcial, mas a oposição afirma que isso não acontece e que o resultado foi fraudado.
A líder da oposição, Maria Corina Machado, alegou que foi Edmundo González quem ganhou as eleições, em coletiva de imprensa concedida pouco depois do anúncio dos resultados.
Corina diz que a participação na votação foi “histórica” e que quatro auditores independentes mostram que González foi o vencedor das eleições em todos os estados.
“Todo mundo sabe o que aconteceu aqui”, afirma Corina, falando que o próprio governo, a comunidade internacional e o povo venezuelano sabem que o resultado verdadeiro é a vitória da oposição.
Segundo a líder política, as pesquisas de boca de urna mostram uma vitória de González por 70%, contra 30% de Maduro, no que seria a maior vantagem histórica.
A oposição diz já ter acessado 40% das atas de votação – um documento que mostra os dados de votação em cada mesa eleitoral – e pede que a população continue acompanhando a liberação das outras atas.
Ao lado de González, María Corina Machado pediu uma “vigília” nos centros de votação para garantir uma contagem própria dos votos.
Ambos fizeram apelos para que seus apoiadores cobrem as atas de todas as urnas, para que a oposição consiga comparar os resultados de sua apuração com os que serão divulgados pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão que comanda o processo eleitoral.
A opositora Delsa Solórzano, ex-deputada, denunciou ao lado do porta-voz da campanha que alguns centros não estavam emitindo as atas, para impedira contagem que, supostamente, daria a vitória a González.