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Nova Veneza em Goiás, tem a maior a representação da imigração italiana no Centro-Oeste

Entrada de Nova Veneza, em Goiás – Foto: Diomício Gomes/O Popular

Da uva ao café, uma cidade de Goiás escreve sua história nutrida por raízes italianas. Mais de 112 anos depois de chegarem ao estado, famílias ainda trabalham para que a cultura e a tradição do país europeu se mantenham vivas em Nova Veneza, na Região Metropolitana de Goiânia. Com uma festa cultural que recebe 120 mil pessoas por ano e um memorial que custou quase R$ 5 milhões, a cidade é a maior representação da imigração italiana no Centro-Oeste brasileiro.

Inspirado na arquitetura do Palácio Ducal, o Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Oswaldo Stival e Edith é uma das atrações turísticas de Nova Veneza. O prédio original é considerado o símbolo da cidade de Veneza, construído com a arquitetura gótica.

Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Oswaldo Stival e Edith, em Goiás – Foto: Divulgação


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Memorial de quase R$ 5 milhões e festival: conheça cidade em Goiás que tem a maior representação da imigração italiana no Centro-Oeste

Mais de 112 anos depois de chegarem ao estado, famílias ainda trabalham para que a cultura e a tradição do país europeu se mantenham vivas. Cidade recebe número de turistas 12 vezes maior que o de habitantes.

Por Gilmara Roberto, g1 Goiás

17/11/2024 04h00  Atualizado há 18 horas

Entrada de Nova Veneza, em Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular

Entrada de Nova Veneza, em Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular

Da uva ao café, uma cidade de Goiás escreve sua história nutrida por raízes italianas. Mais de 112 anos depois de chegarem ao estado, famílias ainda trabalham para que a cultura e a tradição do país europeu se mantenham vivas em Nova Veneza, na Região Metropolitana de Goiânia. Com uma festa cultural que recebe 120 mil pessoas por ano e um memorial que custou quase R$ 5 milhões, a cidade é a maior representação da imigração italiana no Centro-Oeste brasileiro.

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Inspirado na arquitetura do Palácio Ducal, o Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Oswaldo Stival e Edith é uma das atrações turísticas de Nova Veneza. O prédio original é considerado o símbolo da cidade de Veneza, construído com a arquitetura gótica.

Vitrais, grande ornamentação e elementos pontiagudos que apontam para o céu estão presentes no design do prédio construído em Goiás. Uma das laterais do instituto conta ainda com uma reprodução das casas por onde passam os canais de Veneza, de acordo com o médico e idealizador do local, Alessandro Stival.

No encontro entre as duas laterais do prédio, que foi construído numa esquina, há ainda uma estrutura de vidro que remete à ponta de um navio.

“É um paredão enorme de vidro, inclinado. Se você estiver de frente, é como se ela viesse para cima de você. A minha ideia era que simulasse a quilha [estrutura que passa por todo o casco e chega à ponta] de um navio, que foi como os italianos vieram para Goiás”, explicou o médico.

Além de trazer o aspecto da arquitetura veneziana para o interior do Brasil, o instituto oferece um espetáculo de luzes e som todas os finais de semana. De acordo com Alessandro, o prédio foi custeado com recursos particulares de família Stival. Do total de quase R$ 5 milhões que custou o projeto, só o investimento em luzes foi de quase R$ 2 milhões.

“Tivemos a ideia a partir do show do Bellagio, em Las Vegas, onde a fonte dança de acordo com o ritmo da música. Em Nova Veneza, as luzes dançam de acordo com a música, somente músicas italianas”, contou.

O instituto também possui um acervo que conta a história da imigração italiana em Goiás. O espaço conta com objetos e documentos que relatam a trajetória dos italianos, desde sua origem no Vêneto, no nordeste da Itália, até a chegada ao estado.

O Festival Italiano de Nova Veneza também foi fomentado pela família de Alessandro. Oswaldo Stival, avô do médico e então prefeito da cidade, teve a ideia de criar o evento para fomentar o turismo na cidade no ano 2000.

Realizado no mês de junho, o Festival Italiano de Nova Veneza recebe cerca de 120 mil pessoas por ano, o que é quase 12 vezes o número de habitantes da cidade, que conta com 9,4 moradores. Durante quatro dias de evento, turistas que vão ao município aproveitam comidas e apresentações culturais, numa imersão na cultura italiana.

Pratos do Festival Italiano de Nova Veneza — Foto: Divulgação / Festival Italiano de Nova Veneza

Pratos do Festival Italiano de Nova Veneza – Foto: Divulgação / Festival Italiano de Nova Veneza

A história da cidade de Nova Veneza começa nos anos de 1912, quando a família de do médico Alessandro Stival se mudou para a região. Os imigrantes vieram de uma província localizada na região de Veneto, na Itália, em busca de melhores condições de trabalho e de vida.

A família comprou uma propriedade rural e se instalou na região. Doze anos depois, o patriarca João Estival, tataravô de Alessandro, dividiu parte de suas terras em lotes e ofereceu a lavradores, comerciantes e outros profissionais que tivessem interesse em se instalar no local.

O loteamento dos terrenos foi registrado em cartório em 5 de junho de 1924, motivo pelo qual o Festival Italiano é realizado anualmente nessa data.

A região onde hoje está a cidade de Nova Veneza ficou conhecida como “Colônia de Italianos”, até que sua denominação foi alterada para Goianás, por causa dos conflitos da Segunda Guerra Mundial. Somente em 1958 a cidade recebeu o nome de Nova Veneza.

A economia do município é impulsionada pelo turismo, mas a aptidão para o cultivo de alimentos que veio a Goiás com os italianos ainda reflete nas atividades de trabalho de Nova Veneza. Depois do turismo, a agropecuária é a principal atividade econômica da cidade, que se destaca pela produção de hortaliças.

fonte: g1

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