Artigo Opinião

O Idoso nos dias atuais

Não é de hoje que as pessoas acima dos sessenta anos vêm
demonstrando um vigor, um ânimo, uma disposição que coloca qualquer
marmanjo lá prá trás da fila. E pasmem, a indústria do consumo está de olho
nesse público, pois são independentes e têm todo o tempo livre para viver a
vida, e exemplos não faltam: academias de ginásticas, agências de turismo,
bailes nos clubes de dança, artesanato, dentre tantas outras. Espaços de
acolhimento e de atividades que fazem uma programação para recebê-los o
ano todo.
Com uma demanda tão diversificada assim, o que se nota é uma
mudança de comportamento, dado que, quase não se vê a imagem do velhinho
esquecido no fundo de uma cama, ou sentado na calçada sozinho. O idoso dos
dias atuais prefere mais é estar aprendendo a mexer no celular, a ir a um baile
semanal na associação do bairro, de viajar com amigos para os balneários
mais próximos, de praticar esportes em grupo, ou quem sabe procurar um novo
amor, afinal sua vida sexual continua ativa, apesar de muitos duvidarem. Sem
esquecer aqueles que voltam às salas de aula com o propósito de realizar o
sonho interrompido no passado.
Vale ressaltar que eles ainda contam com o Estatuto do Idoso que vem
para proteger os direitos destas pessoas, assegurando-lhes dignidade, respeito
e amparo em diversas áreas, como saúde e previdência.
Atualmente o idoso chega quebrando padrões preestabelecidos por uma
sociedade preconceituosa e taxativa que quer ditar regras a tudo e a todos, que
tem vergonha de externar algum tipo de reação que contrarie uma postura mais
livre e extrovertida dessa turma avançada. E este fato é reforçado pela
pesquisadora do IPEA, Ana Amélia Camarano, que diz: as pessoas estão
chegando às idades mais avançadas e chegando com melhores condições de
saúde, autonomia e até de renda. Então hoje é difícil precisar quem é idoso e o
que é ser idoso.
É o que vemos na televisão e nas redes sociais, personalidades
públicas, intelectuais, políticos, artistas com mais de 60 anos que aparecem na
mídia esbanjando vitalidade, contradizendo estereótipo do “velho” ao
demonstrar inteligência, versatilidade, perspicácia, audácia, boa forma, bom
humor, dentre outras características positivas, mostrando que também na
velhice podem ser produtivos. E isto acontece dentro da nossa família, com
exemplos que cabem literalmente nesse contexto: nossos avós, pais e tios
‘saidinhos’ que não têm vergonha de buscar a felicidade nessa nova fase de
sua longínqua vida, que mais tem a ensinar àqueles que querem aprender
como a vida é bela e mais prazerosa a partir dos cabelos grisalhos.

Fonte/Autor: Luiz Galvão é jornalista e escritor.

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