Notícias

Óleo causou explosão que pode ter gerado mau cheiro em Aparecida de Goiânia

Secretário de Meio Ambiente de Aparecida explicou que o óleo contaminou o solo e o córrego Santo Antônio, que deságua no Rio Meia Ponte. O produto é tóxico e pode causar mortes de animais.

O óleo que vazou de uma caldeira e contaminou o solo e o córrego Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, é um lubrificante sintético chamado de especificação T-30. O secretário de Meio Ambiente (SMA) de Aparecida, Cláudio Everson, explicou que o produto é tóxico e pode causar mortes de animais que bebem a água do leito do rio, principalmente os peixes.

O vazamento foi descoberto após moradores relatarem mau cheiro na região, similar a de gás de cozinha. Os bombeiros foram chamados, nesta quinta-feira (10), para investigar a origem do odor e encontraram a caldeira estourada na usina.

O lubrificante é parecido com óleo diesel, segundo o secretário, e é usado em alta temperatura para funcionar as caldeiras que esquentam massa asfáltica, em usinas.

“Ele é tóxico e temos preocupação porque houve contaminação do solo e do córrego Santo Antônio, que vai para o rio Meia Ponte. Naquela região tem vários ribeirinhos e animais que dependem daquela água”, ressaltou o secretário.

De acordo com as especificações técnicas, o óleo apresenta toxicidade aguda quando em contato com a água. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a água contaminada provocar diversos sintomas de mau-estar nas pessoas.No local, os bombeiros encontraram britas e terra no rastro por onde o óleo passou até chegar ao córrego. Foi uma tentativa dos funcionários da usina de conter o avanço, mas não deu certo.

O delegado estadual de proteção ao Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho, informou que foi instaurado um inquérito para apurar o caso. Para ele, tudo indica se tratar de um crime de poluição, que está entre as infrações ambientais mais graves, com pena de até quatro anos de reclusão.

Danos ambientais

A contaminação do solo e da água pode provocar diversos danos ambientais, segundo o secretário de Meio Ambiente. Daqui para frente, podem aparecer peixes e animais mortos no leito do córrego, por causa do consumo da água.

“Ele vai impregnar no solo e contaminar o lençol freático. O córrego Santo Antônio fica a 1km do local e o óleo chegou ao córrego, então a quantidade foi grande”, pontuou Cláudio Everson.

O próximo passo é fazer barreiras de contenção para frear o vazamento.

“Isso de dentro para fora e depois fazer a limpeza do rio. Depois que limpar, vamos pedir teste de qualidade da água para liberar o consumo para a região local”, disse Everson.

A Polícia Civil, A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e Defesa Civil vão trabalhar em conjunto para elaborar um relatório técnico sobre a gravidade da contaminação.

Interdição da usina

A usina de asfalto foi interditada pela Secretaria de Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia por não ter nenhuma licença ambiental para funcionar.

Diante da contaminação, Cláudio Everson orientou aos moradores da região a não beberem água até sair o resultado das perícias.

“O infrator tem que tomar as medidas mitigatórias. Se ele causou o dano, ele tem que conter. pelo menos a proliferação no leito do rio. É um manancial de grande importância não só para Aparecida, ele deságua no Meia Ponte, que é fornecedor de água para Goiânia”, ressaltou o secretário.

Prefeitura de Aparecida levanta se acidente em pedreira pode ter causado forte cheiro na Grande Goiânia — Foto: Júlia Alves/g1 Goiás
Prefeitura de Aparecida levanta se acidente em pedreira pode ter causado forte cheiro na Grande Goiânia — Foto: Júlia Alves/g1 Goiás

Entenda o que aconteceu

Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Paulineli Damasceno, a empresa produz massa asfáltica e usa um espaço da área de pedreira em Aparecida. No processo de produção, existem caldeiras que aquecem a massa.

Essas caldeiras são aquecidas por motores, que utilizam óleo para funcionar. O bombeiro explicou que o motor que aquece dois reservatórios de 15 mil litros de massa parou de funcionar.

Assim, o óleo se acumulou e, num dado momento, causou uma explosão do motor. Houve então o vazamento do óleo na terra, que escorreu para o manancial.

O Corpo de Bomveibos informou que já foi feita a contenção do vazamento com a própria massa asfáltica.

O advogado da empresa Brita Araguaia, que também fica dentro da pedreira, disse que a companhia se dedica apenas à exploração de brita e areia, e não há qualquer tipo de óleo e caldeira usados na exploração.

“A empresa é independente e tem licenças ambientais. Fomos pegos de surpresa, a companhia não tem nenhum tipo de ingerência na administração ou responsabilidade na gestão das obrigações na companhia que está envolvida nesse mau cheiro”, ressaltou Pedrosa.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo