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Operação 18 minutos: quatro desembargadores e dois juízes são suspeitos de venda de sentença no Maranhão

Polícia Federal cumpriu 55 mandados de busca e apreensão em três estados e apreendeu joias, carros e dinheiro vivo – Foto: Divulgação PF

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (14), a Operação 18 Minutos, que apura a atuação de organização criminosa suspeita da prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no TJ/MA.

Policiais federais cumprem 55 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos estados do Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. Também são cumpridas outras medidas cautelares, como o afastamento de cargos públicos, sequestro e indisponibilidade de bens e monitoramento eletrônico. Advogados e ex-juízes também estão sendo investigados por seu papel no esquema.

A apuração mira sete magistrados suspeitos de fraudar decisões judiciais para desviar recursos, por exemplo, do Banco do Nordeste. 

A operação recebeu o nome de “18 Minutos” em referência ao tempo recorde entre a decisão judicial, a expedição do alvará e o saque dos recursos.

De acordo com as investigações, a organização criminosa é suspeita de atuar na manipulação de processos do Tribunal com o intuito de obter vantagem financeira.

Uma das decisões judiciais investigadas é acusada de desviar R$ 14 milhões. Esse caso é apenas um exemplo de como o grupo operava dentro do sistema judiciário do estado.

O Banco do Nordeste afirmou que representou junto ao CNJ e à corregedoria do Tribunal em razão de “reiteradas decisões arbitrárias contra a instituição”.

Segundo a Polícia Federal, o esquema é complexo e envolve três núcleos de atuação, dos quais participam ex-servidores do banco, advogados e magistrados.

São alvos da investigação os seguintes desembargadores: 

Luiz Gonzaga Almeida Filho
Marcelino Everton Chaves
Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa 
Antônio Pacheco Guerreiro Júnior

A operação também mira dois juízes e um ex-juiz: 

Cristiano Simas de Sousa 
Alice de Sousa Rocha
Sidney Cardoso Ramos.

Nota do TJ-MA

O Tribunal de Justiça do Maranhão comunica que tem colaborado com a “Operação 18 minutos”, realizada pela Polícia Federal, cumprindo determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na manhã desta quarta-feira (14/08), em algumas unidades do prédio-sede do TJMA e do Fórum de São Luís.

Com fundamento nos princípios da transparência e da governança, o TJMA atende à determinação do STJ, que expediu mandados de busca e apreensão para a realização da operação pela PF.

Nota do Banco do Nordeste

‘”O Banco do Nordeste (BNB), a respeito do noticiário sobre operação da Polícia Federal relativa à venda de sentenças judiciais desfavoráveis ao banco, informa que representou junto ao Conselho Nacional de Justiça e à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Maranhão, sendo a última reclamação feita há cerca de um ano, as reiteradas decisões arbitrárias contra a instituição.

O BNB está plenamente à disposição das autoridades policiais e judiciárias para colaborar com as investigações em curso, na condição de vítima, e permanece comprometido com a transparência e a legalidade em todas as suas operações.”

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