Operação Mensageiro: policial penal e advogada, são presos em Goiás, suspeitos de envolvimento com facções criminosas
Dinheiro apreendido durante operação do Ministério Público, em Goiânia – Foto: Divulgação/Ministério Público
Operação do Ministério Público Estadual (MP-GO), prendeu um policial penal e uma advogada, nesta segunda-feira, 12, em Goiânia e Aparecida de Goiânia. A dupla é investigada por agir como “pombo-correio”, além de vazar informações sigilosas a faccionados em liberdade e que estão detidos no estado goiano.
Segundo o MP-GO, a advogada presa levava recados e ordens de criminosos presos para aqueles que estavam em liberdade, dando assim continuidade aos crimes.
Outra advogada também foi alvo de ordens judiciais de busca e apreensão suspeita de participar dos crimes. Os investigados, segundo o MP, também estariam atuando em outros delitos, como tráfico de drogas.
Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão e três de busca e apreensão, que resultaram em cinco celulares apreendidos. A ação contou com o apoio da Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) e da Polícia Militar (PM).
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), informou que acompanhou os procedimentos da operação e que deve tomar providências após o término das investigações
Também em nota, a DGPP informou que as advogadas e o policial penal começaram a ser investigados há seis meses pelo setor de inteligência, com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A pasta disse ainda que abriu sindicância interna para apurar os crimes envolvendo o servidor da instituição.
Nota da OAB na íntegra
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informa que foi comunicada e acompanhou os procedimentos da Operação ”Mensageiro” por meio da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), de modo a garantir os direitos, prerrogativas e o respeito ao contraditório e à presunção de inocência de ambas as advogadas envolvidas. Em situações como essa, é praxe que a OAB-GO acompanhe toda a investigação para, em seguida, tomar as providências necessárias na seara ética, caso se comprove eventual infringência dos deveres funcionais dos inscritos.
Nota da DGPP na íntegra:
A Diretoria-Geral de Polícia Penal informa:
“A investigação que deu origem a Operação Mensageiro partiu do monitoramento de advogados de presos de organizações criminosas realizado pela Polícia Penal, em parceria com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás.
Esse monitoramento, com autorização judicial, teve início há seis meses pelo setor de Inteligência da Diretoria-Geral de Polícia Penal.
A DGPP acompanhou o cumprimento do mandado que teve como alvo a advogada e o policial penal, e abriu sindicância interna para apurar os fatos envolvendo o servidor da instituição.
A Polícia Penal reitera que não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes”.
Advogada presa suspeita de repassar mensagens de criminosos presos, em Goiânia – Foto: Divulgação / Ministério Público