Operação policial mais letal no RJ contra o Comando Vermelho, tem um saldo parcial de 64 mortos

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A operação policial mais letai deflagrada nesta terça-feira (28), contra integrantes do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, tem um saldo parcial de 64 mortos, sendo 60 de suspeitos de crimes e 4 de policiais (dois policiais civis e dois policiais militares do BOPE).
As investigações que levaram à operação desta terça-feira (28) identificaram 94 bandidos do Comando Vermelho que estariam escondidos nos complexos do Alemão e da Penha. Acusados de assassinatos, tráfico de drogas, roubos de carros, entre outros crimes, que, segundo a polícia, usam o local para se esconder.
Rajadas de tiros. O medo nas ruas. Moradores sob fogo cruzado. O Rio de Janeiro amanheceu sob muita tensão com uma grande operação das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. O objetivo era cumprir 94 mandados de prisão contra chefes do Comando Vermelho do Rio e de outros estados, escondidos na região onde, segundo a Secretaria de Segurança Pública, vivem 280 mil pessoas.

Mais de 100 pessoas foram presas – Foto: République/@republiqueBRA/X
As 27 favelas dos dois complexos, na Zona Norte do Rio, ficam próximas a duas importantes vias da cidade: a Linha Vermelha, que liga o Centro à Baixada Fluminense e dá acesso ao Aeroporto Internacional do Galeão, e a Linha Amarela, que liga a Barra da Tijuca à Ilha do Governador.
O Alemão e a Penha ficam localizados em áreas montanhosas da cidade, cercados por matas, o que facilita a fuga de bandidos. A polícia afirma que as ordens para a tomada de territórios no estado passam por dois chefes da facção: Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que cumpre pena em um presídio federal; e Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso. Ele está solto e tem 269 anotações criminais e 26 mandados de prisão abertos.

Ônibus foram usados como barricadas e travaram o trânsito na região – Foto: Reprodução/X
Nesta terça-feira (28), o Disque-Denúncia aumentou de R$ 1 mil para R$ 100 mil a recompensa por informações que levem à prisão dele. Esse valor só tinha sido oferecido uma vez, por informações que levassem ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Nos últimos quatro anos, só o traficante Doca comandou a expansão do Comando Vermelho para quase 50 áreas entre bairros e favelas da capital e da Baixada Fluminense. Entre estes locais, a chamada Grande Jacarepaguá – 16 bairros na Zona Sudoeste que, em três anos, foram dominados pela quadrilha. São localidades que ficam entre duas grandes florestas: da Tijuca e do Parque da Pedra Branca – próximo às orlas da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes.

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Durante a operação desta terça-feira (28), Cláudio Castro disse que é preciso integração com o governo federal:
“O Supremo Tribunal Federal falou, em uma decisão – a primeira da história conjunta dos 11 ministros – que esse financiamento e essa integração têm que acontecer. Eu prefiro ser otimista e acreditar que, já que não por vontade própria, por imposição do Supremo Tribunal Federal, essa integração acontecerá por livre e espontânea pressão”.

Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro – Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, atribuiu o crescimento do Comando Vermelho à ADPF 635, que restringia operações policiais em comunidades do Rio:
O governador também reclamou que não foi atendido em um pedido feito às Forças Armadas para usar os blindados em outras ações no Rio de Janeiro:
“Infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa. Para uma guerra dessa, que nada tem a ver com a segurança urbana, realmente nós deveríamos ter um apoio muito maior. Talvez, até mesmo, nesse momento, até de Forças Armadas porque essa é uma luta que já extrapolou toda ideia de segurança pública. Por isso, essa integração é tão importante. Isso aqui não é uma briga política. Na verdade, é um clamor por ajuda. As forças de segurança do Rio de Janeiro estão sozinhas”.



