Opinião
Aparecida de Goiânia deve conservar as práticas políticas ensinadas por Maguito Vilela
A um ano e meio da campanha eleitoral de 2024, a classe política local precisa focar em ações e projetos que, realmente, melhorem a vida da população, deixando de lado a velha política baseada no interesse próprio
Maione Padeiro
Aparecida de Goiânia se tornou uma potência regional, com Produto Interno Bruto em 2020 chegando a R$ 14,856 bilhões, graças ao esforço de empresários e trabalhadores e ao acerto de decisões políticas que garantiram boas condições de governabilidade e atração de investimentos. Sucessivos avanços, notáveis especialmente a partir do início dos anos 2000, colocaram o município entre os 100 maiores do país e o segundo maior do estado de Goiás, atrás somente da capital. Em 2009, o PIB (conjunto dos bens, produtos e serviços produzidos no município) de Aparecida de Goiânia somava R$ 3,8 bilhões.
Se a colaboração de habitantes, comerciantes, empresário, investidores externos foi importante para essa explosão de crescimento, é inegável que as decisões políticas também foram fundamentais para obtenção do resultado altamente positivo. Aparecida de Goiânia tem natural vocação para o crescimento, perceptível na formação de suas regiões com características autônomas, como o Garavelo e a região leste, ainda na década de 1980. Isso é positivo, mas se tornou rapidamente um problema gigantesco, porque a expansão urbana requer rápidas respostas do poder público, com escolas, hospitais, asfalto, enfim, urbanização e constante atendimento às demandas.
Diversas cidades do Brasil passaram e passam por essa situação e boa parte torna-se cidade-dormitório, resultado da incapacidade do poder público em atender às demandas crescentes da população local, especialmente na oferta de emprego. O fenômeno é comum em cidades que crescem próximo a polos de desenvolvimento, no caso a capital Goiânia.
Mas Aparecida de Goiânia conseguiu superar essa situação adversa e, nas últimas duas décadas, saltou de cidade-dormitório para tornar-se município referência em desenvolvimento. Por isso, gestores de cidades de diversas regiões do país buscam conhecer a experiência de Aparecida de Goiânia, para replicar políticas que aqui tiveram êxito.
Pela primeira vez nas duas últimas décadas Aparecida de Goiânia enfrentará uma sucessão eleitoral sem a presença da pessoa a quem pode ser atribuído o mérito de ter elevado o município ao patamar que se encontra hoje: o ex-prefeito e ex-governador Maguito Vilela, falecido em janeiro de 2021, logo após ser eleito prefeito de Goiânia.
Foi nos dois mandatos de Maguito (2009/2019) que Aparecida de Goiânia efetivamente deu o salto para o futuro, especialmente porque Maguito governava com o olhar da grande política, superando as velhas disputas paroquiais. Ele uniu as forças políticas locais em torno de um projeto para a cidade, era agregador.
Agora, a um ano e meio da campanha eleitoral de 2024, a classe política de Aparecida de Goiânia não pode retroagir. A velha política do interesse próprio deve ficar no passado. O que os mais de meio milhão de habitantes da cidade precisam é de planejamento e foco em políticas que, realmente, melhorem a vida de todos. O bem maior da cidade deve estar acima dos interesses políticos individuais.
Maione Padeiro, presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG) e vice-presidente da FACIEST-GO/GO.