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Oposição venezuelana troca candidata e se mostra unida contra Maduro

A ex-candidata à presidência Maria Corina Machado ao lado da nova candidata da oposição venezuelana, Ariana Cubillos – Foto: Ariana Cubillos/ AP

A oposição venezuelana, reunida em 10 partidos que integram a Plataforma Unitária Democrática, decidiu manter-se coesa e apresentar nova candidata para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho.

Trata-se da historiadora e doutora em Filosofia Corina Yoris, que substituirá a vencedora das primárias, María Corina Machado, a quem o regime tornou inelegível por 15 anos e está proibida de conconrrer.

A três dias do fim do prazo de inscrição de candidatos, Machado anunciou a desistência de sua candidatura e designou a respeitada intelectual Yoris, de 80 anos, para disputar a eleição em seu lugar.

“Diante deste obstáculo, acertamos um mecanismo e encontramos uma pessoa, de minha total confiança e grande honra, que realizará este procedimento”, afirmou.

Não foi uma decisão fácil, sobretudo depois que o regime apertou o cerco contra a oposição e deteve mais dois coordenadores da campanha de María Corina Machado, elevando para oito o número de dirigentes presos que estavam a serviço de sua candidatura presidencial.

Machado havia assegurado que iria até o fim da disputa, mas as chances de alcançar seu objetivo ficaram reduzidas quando Maduro deu provas repetidas de que não cumpriria os Acordos de Barbados e que as eleições não seriam livres.

Havia dúvidas de que, diante da inabilitação da candidata, a oposição decidisse novamente boicotar o pleito, dando, assim, um presente para o ditador venezuelano. No fim das contas, prevaleceu outra estratégia eleitoral – a de nomear candidatos até que o regime se veja forçado a aceitar um deles.

Com isso, em princípio, cai também por terra a conhecida tática de Maduro e seus asseclas de dividir seus opositores. Desta vez, eles mostraram-se unidos e respaldaram a troca de candidatos.

Não é garantido que a candidatura de Corina Yoris seja ratificada pelo Conselho Nacional Eleitoral, um dos órgãos controlados pelo governo, mas o fato de ela ser pouco conhecida no meio político acaba por ser uma vantagem. “Não há armadilha possível, nem movimento possível para desqualificar Yoris, já que ela nunca foi funcionária pública”, argumentou María Corina Machado.

Foto: g1

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