Política

Para Rodrigo Maia, Haddad é “herói” e “está fazendo o máximo que pode”

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, que se afastou da vida político-partidária e atualmente comanda a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), elogiou o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, neste primeiro ano de governo.

Segundo Maia, Haddad é um “herói” e tem se esforçado para equacionar a difícil situação fiscal do país, em meio às pressões de alas do PT e do próprio governo que defendem um afrouxamento das metas estipuladas no projeto do novo Marco Fiscal.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse publicamente que o governo possivelmente não cumprirá a meta de zerar o deficit primario em 2024, como deseja a equipe econômica.

“Eu defendo superávit. Tenho uma visão mais liberal da economia. Se eu tivesse poder de influenciar, teria olhado déficit primário zero com aumento menor da despesa. Mas eu duvido que o ministro Haddad conseguisse algo diferente do que foi aprovado”, afirmou Maia em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

“Haddad está fazendo o máximo que pode, sendo um herói. Pelo governo que ele representa, conseguiu muito ao colocar o déficit zero. Mas o aumento real da despesa, para uma carga tributária que já é muito alta e uma sociedade que não quer pagar mais impostos, acaba gerando esse tipo de dificuldade que o ministro está vivendo na relação dele com os próprios políticos da esquerda”, disse o ex-presidente da Câmara.

Segundo Maia, “quem acha que tem muito espaço para cortar no Orçamento está errado”. “Não tem, no curto prazo, muito onde cortar. Por outro lado, governo e Congresso demandam expansão de despesa pública. O arcabouço é uma prova disso: aumento real de despesa pública”, diz.

“Há uma sociedade majoritária que não quer aumento de carga tributária. Então, tem um impasse entre o que custa o Estado e o que a sociedade está disposta a pagar. A gente não pode achar que esse impasse vai ser resolvido de forma natural. Não será.”

De acordo com o ex-deputado, “o papel do Estado hoje seria (discutir) como aumentar a produtividade da economia”. “Na renda, o grande objetivo do governo não deveria ser aumento de arrecadação, mas, infelizmente, o curto prazo nos atropela com essa necessidade para cumprir o arcabouço.”

Fonte: metrópoles

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