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PF faz operação contra bolsonaristas radicais envolvidos em atos antidemocráticos e confirma quatro prisões

A PF (Polícia Federal) cumpre na manhã desta 5ª feira (15/12) 81 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão, contra bolsonaristas radicais suspeitos de bloquear rodovias em protesto contra o resultado da eleição presidencial.

A operação foi divulgada pela PF em comunicado que cumpre quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo, no âmbito da operação ordenada pelo ministro do Supremo tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra empresários suspeitos de financinaciar atos antidemocráticos, como os bloqueios de rodovias, após a proclamação do resultado das eleições.

No Espírito Santo, os policiais cumpriram 23 mandados de busca e apreensão nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, em face de pessoas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública. Além do Espírito Santo, a PF faz apreensões no Distrito Federal (1) e nos seguintes estados: Acre (9), Amazonas (2), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Paraná (16), em Rondônia (1) e Santa Catarina (15).

Na segunda-feira (12/12), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que responsabilizaria os grupos que atacam a democracia e pretendem “subverter a ordem política”.

Na solenidade de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), o magistrado fez um discurso carregado de críticas a grupos antidemocráticos e disseminadores de desinformação, classificados pelo ministro como “criminosos”.

“Estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito não significam ausência de turbulências, ausência de embates ou mesmo, como se viu nas últimas eleições, ausência de ilícitos e criminosos ataques antidemocráticos ao sistema eleitoral e à própria democracia”, discursou Moraes.

“Extremistas”

O integrante da Suprema Corte deu continuidade dizendo que quem atenta contra o regime democrático será responsabilizado, e afirmou que identificou os grupos envolvidos nos protestos.

“Estabilidade democrática e respeito ao Estado de Direito significam observância fiel à Constituição, pleno funcionamento das instituições e integral responsabilização de todos aqueles que pretendiam subverter a ordem política criando um regime de exceção”, continuou Alexandre de Moraes.

Na 2ª feira (12/12), depois da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice eleito Geraldo Alckmin (PSB), bolsonaristas radicais tentaram invadir a sede da PF, em Brasília. Os ataques começaram na sequência da ordem de prisão temporária do indígena xavante José Acácio Serere Xavante, 42 anos, a mando de Moraes. Em 30 de novembro de 2022, o cacique havia sido filmado em ato contra a vitória de Lula em frente ao Congresso Nacional. Na ocasião, hostilizou o ministro e disse que o pegaria “pelo pescoço”.

Houve atos de vandalismo nas imediações da sede da Polícia Federal e a depredação de carros e ônibus próximos ao local. Nenhum manifestante foi preso em flagrante. Na 4ª feira (14/12), Moraes deu 48 horas para que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), detalhassem as medidas tomadas durante os atos de violência na capital. A ordem foi expedida com base em petição do senador Randolfe Rodrigues (Rede).

No Espírito Santo, dois dos alvos são deputados estaduais no estado: Carlos Von (DC-ES) e Capitão Assunção (PL-ES). O ministro Alexandre de Moraes determinou que ambos passem a usar tornozeleira eletrônica e proibiu que usem redes sociais, deem entrevistas ou participem de eventos sociais, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.

Ainda no ES, foram emitidos quatro mandados de prisão contra o jornalista Jackson Rangel, o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), eleito presidente da Câmara da cidade a partir de 2023, o pastor Fabiano Vieira e o radialista Max Pitangui.

No Mato Grosso do Sul, foram alvos de mandados de busca e apreensão a influenciadora Juliana Gaioso Pontes, a médica Sirlei Faustino Ratier e o ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos.

Os envolvidos são investigados pelos seguintes crimes:

  • abolição violenta do Estado democrático de Direito;
  • contra a honra;
  • incitação ao crime;
  • e tentativa de golpe de Estado.

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