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PF indicia Bolsonaro e mais 11, no caso de vendas de joias sauditas

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito da investigação relacionada à venda de joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.

Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. A defesa do ex-presidente diz que ainda não teve acesso ao inquérito.

O que significa cada um desses crimes?

Peculato: Apropriação de bens públicos por um agente público ou desvio de recursos em proveito próprio. Pena: reclusão de 2 a 12 anos e multa.

Associação Criminosa: Associação de três ou mais pessoas para cometer crimes. Pena: reclusão de 1 a 3 anos.

Lavagem de Dinheiro: Ocultação ou dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens provenientes de infração penal. Pena: reclusão de 3 a 10 anos e multa.

Além de Bolsonaro, a PF indiciou outras 11 pessoas.

Veja a lista de indiciados:

  • Jair Bolsonaro
  • Bento Albuquerque (ex-ministro de Minas e Energia): peculato e associação Criminosa;
  • José Roberto Bueno Júnior (ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia): peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro (ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia): peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro;
  • Julio Cesar Vieira Gomes (ex-secretário da Receita Federal): peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa;
  • Marcelo da Silva Vieira  (ex-chefe do gabinete de Documentação Histórica da Presidência): peculato e associação criminosa;
  • Marcos André dos Santos Soeiro (ex-assessor de Bento Albuquerque): peculato e associação criminosa;
  • Mauro Cesar Barbosa Cid (tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro): peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro;
  • Fabio Wajngarten  (advogado e ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro): lavagem de dinheiro e associação criminosa;
  • Frederick Wassef  (advogado de Bolsonaro): lavagem de dinheiro e associação criminosa;
  • Marcelo Costa Câmara (ex-assessor de Bolsonaro): lavagem de dinheiro.;
  • Mauro Cesar Lourena Cid (general da reserva do Exército e pai de Mauro Cid): lavagem de dinheiro e associação criminosa;
  • Osmar Crivelatti (assessor de Bolsonaro): lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O inquérito, aberto no início do ano passado, foi concluído e relatado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira (4).

Agora, a PF deve relatar o inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito na Corte. Moraes precisa pedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o caso.

Imagens do cavalo com as patas quebradas. Item foi entregue pelos sauditas como presente – Crédito: Reprodução/Twitter Ministro Paulo Pimenta

Colar, anel, brincos e relógios de diamante de R$ 16,5 milhões – Crédito: Reprodução/ Twitter

Cooperação com FBI

Uma equipe da PF viajou aos Estados Unidos durante duas semanas e voltou com os elementos que faltavam para finalizar o inquérito das joias. A força policial contou com cooperação internacional do FBI.

Após visitarem quatro cidades norte-americanas, os agentes colheram, entre outras provas, imagens de câmeras de segurança das lojas onde, por exemplo, foram negociados relógios.

A PF buscou ainda elementos da “operação resgate”, como foi chamada a organização feita para recomprar um relógio que havia sido vendido após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Documentos – como anotações, notas fiscais e fotos – também foram confiscados, com autorização das autoridades norte-americanas.

O que acontece agora com o inquérito?

O relatório final com as conclusões da Polícia Federal será enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

Moraes encaminhará o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará se há evidências suficientes para apresentar uma denúncia formal contra Bolsonaro e os outros indiciados.

A PGR pode:

  • Apresentar uma denúncia formal à Justiça.
  • Arquivar o caso.
  • Solicitar novas diligências.

Se a denúncia for aceita pelo STF, os indiciados se tornam réus e responderão a ações penais na Corte. A fase seguinte inclui a coleta de provas, depoimentos e interrogatórios, culminando em um julgamento final onde os ministros decidirão sobre a condenação ou absolvição dos réus.

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