PF usará perícia em mil celulares e DNA para colher provas contra invasores
Foi colhido material genético dos presos na hora da invasão e no acampamento em frente ao quartel-general do Exército. Ele será comparado com as amostras de DNA encontradas nos locais e em objetos depredados no dia 8, como quadros, relógios e móveis.
Outro flanco da investigação da Polícia Federal é a perícia nos celulares. O ministra da Justiça, Flávio Dino, declarou que mais de mil telefones apreendidos. Eles estão sendo analisados por técnicos e seu conteúdo servirá para analisar trocas de mensagens e com quem se deram estes diálogos.
O que se espera obter
- comprovação, por meio da análise do DNA, de que o preso esteve no local da depredação;
- identificação, com a ajuda de mensagens de celular, de quem financiou e quem organizou a invasão.
Caminho do dinheiro
Simultaneamente, são realizadas investigações para descobrir de quais contas bancárias saíram os recursos que bancaram os extremistas. A pousada onde estavam motoristas dos ônibus que trouxeram os golpistas a Brasília foi identificada e veículos foram apreendidos antes que deixassem o Distrito Federal.
Eles estão no pátio da Polícia Rodoviária Federal e ainda tem bolsas, bandeiras e outros pertences de manifestantes que defendem um golpe militar. A Justiça consultou a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para obter a relação de ônibus que viajaram a Brasília e quem bancou a contratação do serviço.
Hierarquia dos invasores
O ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que há diferentes tarefas entre os golpistas envolvidos na invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.
- Executores: aqueles que invadiram e depredaram;
- Mandantes: pessoas que ordenaram estes atos; Incentivadores: quem transmitiu as ideias golpistas e de invasão;
- Financiadores: pessoas que bancaram a estrutura para permitir a ação dos extremistas.
Plantão no fim de semana para ouvir presos
Segundo a Administração Penitenciária do Distrito Federal, 1.398 pessoas foram encaminhadas aos presídios. Existe uma força tarefa composta por dezenas de juízes para ouvir os golpistas, a chamada audiência de custódia.
Em razão do grande número de detentos, os trabalhos não foram concluídos até ontem e continuam durante este final de semana. Existe a expectativa de que as audiências de custódia só sejam encerradas na próxima semana.
Depois do depoimento de cada preso, o caso segue para o STF e o ministro Alexandre de Moraes avalia se ele permanecerá na cadeia ou será liberado.
- 904 presos são homens;
- 494 são mulheres.
Houve a liberação de 599 manifestantes por razões humanitárias: gestantes, idosos, adultos com crianças e portadores de doenças crônicas.