Piloto mostra ferimentos após sobreviver a queda de raio que matou a cunhada enquanto viajavam de moto: ‘Vida passageira’
Na última semana, mototaxista e Márcia Pires Santana foram atingidos por descarga elétrica enquanto viajavam. Caso aconteceu na GO-164, em São Miguel do Araguaia
Após sobreviver a uma queda de raio enquanto viajava de moto, o piloto Gracinilton da Costa Noleto mostra os ferimentos obtidos no acidente. Além dos ferimentos espalhados pelo corpo, o mototaxista ainda se recupera do susto que levou no acidente que matou a cunhada dele Márcia Pires Santana Alves, com quem viajava no momento da descarga elétrica, em São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás.
“Eu vi um claro. Estrondo até que não escutei. Nossa vida aqui é passageira. Não esperava isso, mas aconteceu”, comentou Gracinilton.
O acidente aconteceu no último dia 8 de novembro, na GO-164. Na ocasião, Gracinilton e Márcia transportavam panelas e iam rumo a cidade de Araguaçu, no Tocantins, local a mulher morava. O mototaxista explica que, na ocasião, perdeu a consciência e só acordou dentro da ambulância do Corpo de Bombeiros.
“Quando eu acordei, perguntava para eles o que tinha acontecido”, disse.
Ele contou que soube que a cunhada havia sido atingida por meio dos agentes que o atenderam e lamentou a morte de Márcia.
“Ela era um amor de pessoa, muito gente boa. Deixou muita saudade”, disse.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o que pode ter atraído o raio para o rumo deles são as panelas que Márcia carregava nas malas. O tenente Jefferson Rodrigues de Oliveira considera as motos mais perigosas que os carros quando se trata de proteger o condutor contra as descargas elétricas.
“Carros com capota fechada são locais muito seguros, porque você consegue se isolar do raio, além de terem os pneus, que são isolantes elétricos. A moto é uma estrutura perigosa, porque é composta de metal, mas você fica em cima dela, e não envolto dela. Como você está por cima, o raio vai chegar primeiro e vai passar por você”, explicou.
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que, a cada 50 mortes por raios no mundo, uma ocorre no Brasil. No país, é estimado que cerca de 78 milhões de raios caiam por ano. No ranking nacional de mortes por raio registradas de 2000 a 2019, Goiás aparece em 9º lugar .
O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), explica que a localização do Brasil e de Goiás são favoráveis às descargas atmosféricas.
“Onde o Brasil está localizado é onde temos maior incidência de descargas atmosféricas, e Goiás não está fora disso”, disse.
Fonte: g1 Goiás