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Pintor Waldomiro de Deus completa 60 anos de carreira e comemora com exposição no MAG

O artista baiano diz sentir-se muito feliz em expor no MAG, após 25 anos. Na galeria 67 obras serão exibidas, dentre elas, o famoso quadro de 5 metros que já esteve exposto nos lugares mais importantes do País.

O pintor primitivista Waldomiro de Deus Souza, de 81 anos, nasceu em Itagibá, município baiano, no dia 12 de junho de 1944, mas se sente goiano de coração.

“Tem 33 anos que vivo em Goiânia, nasci no interior da Bahia, fui criado em Osaco (SP), que foi minha segunda cidade e terceira é Goiânia, essa cidade tão amada que me encanta”, revela Waldomiro durante entrevista ao Jornal Universo Online (JUO).`

Para comemorar os 60 anos de carreira, o pintor baiano fará no próximo dia 04 de agosto, no Museu de Arte Goiana (MAG), uma mega exposicão que vale a pena conferir.

“É uma exposição que me traz muita felicidade, expus no MAG , há 25 anos atrás. Serão expostas 67 telas, inclusive um quadro de mais de 5 metros que já foi exposto nos lugares mais importantes de nosso país. E está vindo do Museu de Cuiabá”, adiantou Waldomiro.

Reconhecimento Internacional

A primeira tela de Waldomiro é datada em 1961 e sua primeira exposição foi realizada em 1966 na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo.

O abençoado De Deus é conhecido hoje internacionalmente como um dos mais criativos representantes da arte naïf.

Com sua origem humilde, teve uma infância e juventude marcadas por uma vida difícil, entre idas e vindas do sertão da Bahia e norte de Minas Gerais, até firmar seu domicílio em São Paulo, em 1959, onde sobreviveu como engraxate.

Seu primeiro contato com a arte surgiu de forma cômica, em 1961, quando na ocasião foi trabalhar como jardineiro na casa de um antiquário e utilizando restos de materiais que encontrava na mansão pintou sua primeira tela.

O patrão o demitiu, e dentro da bagagem levou consigo seus primeiros quadros. Com Inteligência e esperteza expôs suas obras no famoso Viaduto do Chá e surpreendentemente, vendeu duas delas no primeiro dia.

Com sua personalidade irreverente, no auge do movimento hippie paulista, desfilava de mini-saia pela Rua Augusta ganhando notoriedade e fama.

Suas obras causaram polêmica e perseguição, ao retratar figuras religiosas com trajes modernos e sensuais, como Nossa Senhora de mini-saia, cinta-ligas e botas, e Jesus Cristo de bermuda.

Se tornou reconhecido internacionalmente e ao longo de sua carreira, expôs em diversos países como Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha e Estados Unidos, arrancando aplausos pelo mundo com seu extraordinário talento.

Em 1983, é premiado com a Awarding the Statue of Victory pelo Centro Studi e Ricerche Delle Nazionie no ano 2000, obteve sua sala própria na Quinta Bienal Naifs do Brasil.

 “Minha pintura as vezes é um pouco agressiva mas a tendência dela é trazer tranquilidade e mostrar ao ser humano que a vida nos traz alegrias”

Ao JUO o artista baiano definiu sua arte como um trabalho autodidata e contemporâneo que retrata os dias de nosso cotidiano.

“É uma forma de mostrar e trazer por meio da arte esse mundo que  vivemos, transmitir alegria as pessoas , cheio de maravilhas e lutas”, caracterizou ele.

Define sua pintura como agressiva e ao mesmo tempo pacífica.

“Minha pintura abrange o lirismo do campo até a agressividade das cidades. As vezes é um pouco agressiva mas a tendência dela é trazer tranquilidade e mostrar ao ser humano que a vida nos traz alegrias, prosperidade, felicidade e  paz”, finalizou.

Lançamento do livro “Waldomiro de Deus”

o trabalho de Waldomiro foi enaltecido e elogiado por grandes críticos da arte, como Aracy Amaral, Mário Schenberg, Alexandre Agabiti Fernandez e outros.

Waldomiro teve a oportunidade de sentar na cadeira famosa do Jô Soares. Domingo (04), terá sua história contada pelo lendário  jornalista Geraldo Luiz, em seu programa, que inclusive coleciona diversas obras do artista em casa.

É aqui em Goiás não poderia ser diferente é bastante querido.

Valdemy Texeira com sua esposa a Psicóloga Cléide e o artista Waldomiro

“Ele me convidou há 30 anos atrás para entrar no mundo da arte, por meio da fotografia, eu já era fotógrafo. Daí nos tornamos melhores amigos. Ele faz parte da minha família. Ele e sua esposa que também é artista, Lourdes de Deus e seus seis filhos”, conta honrado o fotógrafo do deputado federal (e também amigo do artista), Professor Alcides; Valdemy Teixeira

O fotógrafo Valdemy Teixeira e o autor do livro Enock Sacramento que conta a vida do artista será lancado durante a abertura da exposição no MAG.

“O livro conta a vida e as obras do Waldomiro de Deus.E a maioria das fotografias do livro foram feitas por mim”, se orgulha Waldemir.

Suely Carvalho

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