Economia

Plano de recuperação judicial das Lojas Americanas é aprovado em Assembleia de Credores

A Americanas conseguiu aprovar seu plano de recuperação judicial nesta terça-feira (19), em Assembleia Geral de Credores (AGC), com o apoio de mais de 90% dos votantes. A previsão é que a homologação do plano ocorra em janeiro de 2024, após o recesso do Poder Judiciário.

A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, mas precisava dessa aprovação para começar a valer.

Em nota após a votação, o CEO da Americanas, Leonardo Coelho, destacou que o plano cria um “caminho bem pavimentado para a reconstrução operacional e financeira” da varejista.

“Foco total na operação para levar a melhor experiência de consumo a nossos milhares de clientes e seguir contribuindo com o impacto econômico e social de norte a sul do país”, disse o executivo.

A primeira versão do plano foi apresentada em março. A varejista levou, portanto, quase todo o ano para costurar um acordo para sanar R$ 50 bilhões em dívidas.

Na madrugada desta terça-feira, a empresa já havia afirmado que Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e outros credores aceitaram um acordo para apoiar o plano de recuperação.

Com isso, a Americanas chegou ao dia de avaliação com adesão de “parcela significativamente superior a 60% da dívida da companhia”.

BB e Caixa estão entre as instituições que confirmaram a informação e votaram sim para o plano.

Puderam votar na assembleia desta terça os credores da classe 3 (quirografários), que incluem fornecedores e investidores. Eles representam a maior parte da dívida da varejista (entenda mais abaixo).

Ao todo, 91,14% dos credores disseram sim para o processo de recuperação judicial. Esses apoiadores representam 97,19% da dívida concursal da Americanas. A votação foi realizada por volta das 20h, seis horas após o início da assembleia.

A aprovação teve bastante folga. Isso porque, para validar o plano, a companhia precisava apenas da adesão dos credores que representam mais da metade do volume de créditos cedidos à empresa, além do voto favorável da maioria dos credores presentes na assembleia.

“O plano aprovado nos permite uma reestruturação de dívida e equacionamento financeiro para que possamos focar na estratégia de negócios e na meta de rentabilidade positiva em 2025, com plena captura da transformação que estamos promovendo em toda a companhia”, disse a CFO da Americanas, Camille Faria.

A expectativa da companhia é atingir patrimônio líquido positivo e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superior a R$ 2,2 bilhões, com caixa e recebíveis na ordem de R$ 2,5 bilhões e dívida financeira bruta de até R$ 1,5 bilhão.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo