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Policia Civil cumpre mandados contra ex-secretário de Saúde e outros suspeitos por desvio de R$ 10 milhões em Goiânia

Wilson Pollara – Foto: Reprodução

Uma operação da Polícia Civil cumpre nesta terça-feira (17) mandados contra o ex-secretário de Saúde de Goiânia Wilson Pollara e outros suspeitos de desviar R$ 10 milhões em recursos públicos. Segundo a polícia, o crime teria sido praticado por meio de uma fraude em um convênio firmado entre a secretaria e uma empresa de prestação de serviços dessa área.

Ao todo, a operação “Speedy Cash” cumpre cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão na capital e Anápolis. Segundo a TV Anhanguera, até as 8h30, três investigados já tinham sido presos.

Além deles, também estão entre os alvos de prisão temporária o ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia Wilson Pollara e o ex-secretário-executivo Quesede Ayres Henrique.

Dinheiro apreendido em operação da Polícia Civil, em Goiás – Foto: Divulgação/Polícia Civil

A polícia detalhou que a investigação apura os crimes de peculato e associação criminosa que teriam sido praticados em um convênio de 2024 feito entre a Secretaria Municipal de Saúde e uma associação privada sem fins lucrativos.

Este contrato seria voltado à aquisição de equipamentos para serviços de saúde móvel, palestras e pesquisas sobre acessibilidade e avaliação do microbioma intestinal em pacientes com Doença de Crohn grave submetidos ao transplante não mieloablativo de células-tronco hematopoéticas.

Durante a investigação, a polícia identificou que o grupo atuava por meio de dois núcleos criminosos:

  • intraneus: composto por agentes públicos que teriam agido no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde viabilizando a celebração do convênio e o suposto desvio de R$ 10 milhões de recursos públicos;
  • extraneus: composto por pessoas vinculadas à associação privada e à empresa envolvidas, que supostamente seriam responsáveis pela apropriação de mais de R$ 9 milhões que foram repassados a partir desse convênio.

De acordo com a polícia, a atuação dos suspeitos seguiu a seguinte ordem:

  • 19 de julho de 2024: Quesede exercia o cargo de Secretário Municipal de Saúde de forma interina e, naquela ocasião, recebeu a solicitação do presidente da associação privada para fazer um convênio e a liberação de R$ 10 milhões;
  • Quesede teria impulsionado o referido processo administrativo de forma totalmente irregular, sem publicidade, cotação de preços, exigência de atestado de capacidade técnica ou observância das orientações expedidas pela Procuradoria-Geral do Município para regularização desse instrumento contratual;
  • 25 de julho de 2024: Apenas seis dias depois de iniciar o processo administrativo de contratação, Quesede efetuou ordenação de despesa e emitiu uma nota de empenho no valor R$ 10 milhões em favor da associação privada;
  • 16 de agosto de 2024: Após reassumir o cargo de secretário de Saúde, Wilson Pollara assinou o termo de convênio.
  • 19 de agosto de 2024: Pollara ordenou o pagamento antecipado de R$ 5 milhões à associação privada, ainda que tenha sido fixado que o convênio teria o prazo de vigência de 12 meses.

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