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Polícia Civil vai a Galeria Almeida & Dale, na investigação sobre sumiço de quadros de Alfredo Volpi, em SP

Galeria Almeida & Dale – Foto: Divulgação/ Deic

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, fez uma operação na tarde desta quarta-feira (22) na Galeria Almeida & Dale, nos Jardins, área nobre de São Paulo. Almeida & Dale é considerada um dos maiores e mais influentes grupos do mercado de arte do Brasil. A operação tem relação com obras desaparecidas do modernista Alfredo Volpi, um dos pintores mais caros do país.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a ação faz parte de uma investigação judicial sobre uma disputa de herança que inclui os quadros desaparecidos. Um notebook foi apreendido, e o caso segue sob sigilo.

Em nota, a Galeria Almeida & Dale confirmou que investigadores da Polícia Civil estiveram no local e solicitaram documentos relacionados a uma apuração sobre o desaparecimento de obras de Volpi. Segundo a galeria, o espólio do pintor reportou o sumiço de cerca de 47 quadros, e a investigação busca esclarecer o paradeiro das obras.

A galeria afirmou ainda que, há quase vinte anos, intermediou a venda de três obras de Volpi de forma “legítima, documentada e anterior a qualquer investigação judicial”.

As transações teriam ocorrido em 2006, antes da denúncia de furto feita pela família entre 2008 e 2010.

A Almeida & Dale também informou que seu sócio, Carlos Dale, foi designado “depositário fiel” das obras devido a um “equívoco de orientação jurídica”, o que teria originado a atual controvérsia. A galeria declarou não ter tido posse das obras e reafirmou “plena colaboração com a Justiça” e respeito pela trajetória de Volpi e pela arte brasileira.

Quadro de Volpi, 1950 — Foto: divulgação

Quadro de Volpi, 1950 – Foto: divulgação

O que diz a galeria?

“A Galeria Almeida & Dale recebeu hoje a visita de investigadores da Polícia Civil solicitando documentos que possam auxiliar em investigação sobre obras desaparecidas de Alfredo Volpi. É de conhecimento público que o espólio de Volpi reportou o desaparecimento de aproximadamente 47 obras, cujo paradeiro ainda carece de esclarecimento e é objeto desta investigação de forma mais ampla. Há quase vinte anos, a Galeria realizou a intermediação comercial regular de três obras de Volpi, em transações legítimas, documentadas e anteriores a qualquer investigação judicial. Essas intermediações ocorreram em 2006, muito antes da denúncia de furto feita pela família do artista (entre 2008 e 2010).

Na ocasião, a Galeria Almeida & Dale não adquiriu nem vendeu as três obras mencionadas, tendo atuado exclusivamente como intermediária entre vendedor e comprador. Todos os comprovantes das operações foram devidamente apresentados no inventário judicial e na ação anulatória correspondente. Alguns anos depois, Carlos Dale, sócio da Galeria, recebeu o encargo de “depositário fiel” das obras em decorrência de equívoco de orientação jurídica, inclusive com acordo firmado sem poderes de representação. Há ação anulatória em curso para corrigir esse erro, que deu origem à controvérsia atual.

A Galeria jamais teve posse das obras, razão pela qual não há fundamento para quaisquer acusações de apropriação indevida. A Almeida & Dale reafirma seu profundo respeito pela arte brasileira e pela trajetória de Alfredo Volpi, bem como sua atuação de boa-fé e plena colaboração com a Justiça, em favor da verdade e da integridade do patrimônio artístico nacional.”

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