Polícia indicia coaches americanos por favorecimento de exploração sexual em ‘curso de pegação’
A Polícia Civil finalizou inquérito e indiciou dois coaches americanos e um brasileiro por favorecimento de exploração sexual mediante fraude em um suposto curso de namoro oferecido em São Paulo. O crime, previsto no artigo 228 do Código Penal, prevê pena de dois a cinco anos de prisão e multa.
A Polícia Civil finalizou inquérito e indiciou dois coaches americanos e um brasileiro por favorecimento de exploração sexual mediante fraude em um suposto curso de namoro oferecido em São Paulo. O crime, previsto no artigo 228 do Código Penal, prevê pena de dois a cinco anos de prisão e multa.
Em fevereiro, a dupla esteve na capital paulista e promoveu uma festa para que os alunos pudessem “colocar em prática” o conteúdo das aulas. Mulheres que estiveram no evento disseram à polícia que não sabiam da existência do curso e que foram filmadas e fotografadas sem aviso.
A festa aconteceu em uma mansão no Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo. A locação do imóvel foi intermediada pelo coach brasileiro Fabricio Castro, também indiciado pela polícia. Na internet, ele defendeu os americanos e refutou acusação de turismo sexual pelo grupo.
A Embratur (agência de promoção do turismo internacional) chegou a acionar a Polícia Federal para solicitar investigação sobre o grupo. O Millionaire Social Circle faz excursões a outros países, geralmente subdesenvolvidos, e costuma enaltecer a desigualdade social em publicações nas redes sociais.
Antes de vir ao Brasil, os tutores do grupo fizeram alguns vídeos para explicar os motivos que os levaram a escolher a capital paulista como primeiro destino de 2023. A palavra usada pelos americanos para descrever o país é “exótico”. Segundo eles, por aqui há “mulheres exóticas” e “exótica justaposição entre ricos e pobres”.
Após a repercussão do caso nas redes sociais, os integrantes do Millionaire Social Circle gravaram uma live em que afirmam que foram vítimas da cultura do cancelamento no Brasil e que foram acusados falsamente de turismo sexual e tráfico humano e de promover prostituição.
“Essas feministas são tão estúpidas”, diz Mike, para quem as mulheres que revelaram o caso não estão “fazendo nada da vida” e “não são pessoas ocupadas”. “Nenhuma delas está na faculdade de medicina.”
Em outro momento, afirma que uma das mulheres que foi à festa e gravou um vídeo sobre o evento é uma “garota feia e gorda”. “As mulheres atraentes nos defenderam. Nos vídeos da festa, todos estão sorrindo.”
O grupo nega que a festa tenha ligação com o curso e afirma que estiveram em São Paulo para realizar uma “conferência de namoro”. “Nós queremos que as pessoas saibam o que nós fazemos. Tudo é público.”